Impactos NEGATIVOS da Dominação Colonial em África
O aspecto negativo mais marcante de todo
o sistema colonial foi a perda da soberania (autoridade) e independência
política e económica dos africanos. Estes o perderam direito de traçar planos
de desenvolvimento para os seus países, bem como de participar na tomada de
decisões, porque apenas o governo colonial é que ditava as regras de
governação. Portanto os africanos impedidos de exercer a sua cidadania no seio
dos próprios países.
Outro
aspecto negativo foi o subdesenvolvimento do continente africano e a
desorganização do sistema social, político e económico das sociedades
africanas. Várias comunidades e grupos étnicos e culturais foram divididos
pelas fronteiras artificiais, milhares de riquezas africanas foram pilhadas e milhões
de pessoas foram mortas arbitrariamente.
Foi
instituído um sistema judicial que relegou para um plano secundário as leis
africanas, embora tenha permitido a integração dos africanos no sistema
judicial internacional inspirado no direito romano.
Ao
nível económico
O escoamento de matérias-primas em bruto
para Europa e de produtos manufacturados para a África obrigou a montagem de
uma rede de estradas, portos, aeroportos e ferrovias. E ainda à criação de uma
rede de telecomunicações como telégrafos e telefones.
Com
as relações laborais e a existência de trabalhadores assalariados introduziu-se
em África a economia monetária que desempenhou um papel catalisador nas
relações comerciais entre a Europa e África. Foi a partir desta realidade
económica que foram instaladas em África redes bancárias e que se desenvolveram
hábitos consumistas, que tendem a agregar-se nesta fase em que o mundo vive
globalizado.
Registou-se
também a emigração e imigração entre países africanos, em busca de melhores
condições de vida ou na fuga às difíceis condições de exploração como foi o
trabalho forçado ou o pagamento dos impostos.
A
nível sociocultural
Com a colonização, em algumas colónias
como as portuguesas deu-se a aculturação das populações africanas, sobretudo,
como aponta Davidson (1969), citado por Melo (1971:51), “a assimilação das
raças ditas inferiores, por cruzamentos, pela religião cristã, pela mistura dos
elementos mais diversos, mesmo a liberdade de acesso às mais altas funções do
Estado na Europa (…)”- Esta situação levou ao esmagamento das tradições
culturais africanas a favor da cultura ocidental.
A
educação ministrada para as populações ditas indignas contribuiu bastante para
implantar a educação ocidental e retardar o pensamento intelectual dos
africanos, ensinando-os apenas o saber fazer para servir os interesses
económicos dos europeus.
A
existência de uma pequena elite africana e a política de assimilação
desenvolveram em alguns países, sobretudo onde a forma de administração foi a
directa, uma política de discriminação racional caracterizada pela existência de
brancos, mestiços e negros.
Apesar
do sofrimento da colonização, a cobrança dos impostos no campo, a pobreza extrema
e a procura de melhores condições de vida levaram a número elevado da população
camponesa a emigrar para as cidades, culminando com o crescimento destas.
Os
europeus introduziram em África as suas línguas e perduram até hoje como
línguas oficiais dos africanos ou ainda de unidade nacional, caso de
Moçambique, facto que este facilitado pela diversidade das línguas africanas em
cada país.
Bibliografia
Ø NHAMPURO,
Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª
classe, Plural Editores, Maputo, 2016
Ø Consulta
à internet: