Enzimas e seus mecanismos de acção

 Enzimas -são proteínas globulares responsáveis pela maior parte da actividade química dos organismos vivos. Elas atuam comocatalisadores, que são substâncias que aceleram as reacções químicas sem serem destruídas ou alteradas durante o processo, além de serem extremamente eficientes e poderem ser utilizadas repetidas vezes. Uma só enzima,pode catalisar milhares de reacções químicas. Sua estrutura globular se entrelaça e pode ser composta de uma ou mais cadeias polipeptídeas. Um pequeno grupo de aminoácidos forma o sítio activo, lugar onde o substrato se adere e a reacção química catalisada é favorecida. Cada enzima tem uma especificidade e seus nomes revelam qual é a sua função.

A acção das enzimas se caracteriza pela formação de um complexo que representa o estado de transição. O substrato se une à enzima por meio de inúmeras interacções como as pontes de hidrogénio, electrostáticas, hidrofóbicas, em um lugar específico, o sítio activo. Este sítio nada mais é que um pequeno pedaço ou espaço da enzima, constituído por uma série de aminoácidos que interagem com o substrato.

Um dos mecanismos propostos para explicar a acção enzimática é o chamado modelo chave e fechadura. Este modelo proposto pelo químico alemão Hermann Emil Fischer foi o primeiro sugerido para explicar a interacção entre a enzima e o substrato. Ele supõe que as estruturas do substrato e do sítio activo são exactamente complementares, da mesma forma em que uma chave se encaixa em uma fechadura (a chave representa o substrato, ou seja, a substância sobre a qual atua a enzima e a fechadura representa o sítio activo, que é a entidade tridimensional que possuem as enzimas).

Este modelo foi actualizado quando se descobriu que as enzimas são flexíveis e seus sítios activos podem mudar para que possam se acomodar aos substratos. Esta mudança de forma causada pela união ao substrato se chama encaixe induzido.

 

Enzimas e seus substratos

 

Órgão

Substrato

Enzima

Produtos

Boca

Amido

Amílase salivar

Maltose

Estômago

Proteínas

Pepsina

Polipeptídeos

Lípidos

Lípase gástrica

Ácidos graxos e glicerol

Pâncreas

Amido

Amílase pancreática

Maltose

Polipeptídeos

Tripsina

Dipeptídeos 

Lípidos

Lípase pancreática

Ácidos gordos e glicerol

Intestino Delegado

Dipeptídeos 

Erepsina

Aminoácidos

Maltose

Máltase

Glicose+ Glicose

Lactose

Láctase

Glicose + Galactose

Sacarose

Sacarase

Glicose + Levulose

 

 

 

Desnaturação

A desnaturação é um processo que se dá em moléculas biológicas, principalmente proteínas, expostas á condições diferentes aquelas em que foram produzidas, como variações de temperatura, mudanças de pH, força iónica. A proteína perde a sua estrutura tridimensional e,portanto, as suas propriedades. Esteprocesso é irreversível. Dois exemplossimples de desnaturação ocorrem:

Ao pingar gotas de limão no leite, o pH é alterado, causando a desnaturação das proteínas, que se precipitam na forma de coalho;

Ao cozer ovo, o calor modifica irreversivelmente a clara, que é formada pela proteína albumina e água.

A desnaturação também atinge enzimas, que realizam funções vitais no corpo. Por isso que os médicos preocupam-se antes em baixar a febre do que descobrir a causa, pois a alta temperatura pode destruir enzimas de funções vitais.

 

Digestão

É a degradação química dos alimentos ingeridos em moléculas absorvíveis.

Os alimentos sofrem, durante a digestão, uma acção mecânica e uma acção química.

A acção mecânicaé desenvolvida pela língua, pelos dentes e pelos movimentos peristálticos que ocorrem ao longo de todo o tubo digestivo.

A acção químicaé provocada pelos sucos digestivos (possuem enzimas) produzidos pelos diferentes órgãos do sistema digestivo.

Na boca

Ocorre à digestão parcial onde os alimentos sofrem acção mecânica da língua e dos dentes accionados pelos movimentos do maxilar inferiormastigação e são envolvidos com a saliva que é insalivação lubrificando o alimento, formando o bolo alimentar.

Na faringe

Pertence tanto ao sistema digestório quanto ao respiratório. Ao passar à comida a epiglote fecha o orifício de comunicação com a laringe. Da faringe o alimento atinge o esôfago através do processo de deglutição.

 

No esôfago

Canal musculoso (atravessa o diafragma) que liga a faringe ao estômago. É nele que se iniciam os movimentos peristálticos que através destes o bolo alimentar é empurrado até ao estômago.

 No estômago

Ocorre a 2ª etapa da digestão química. O bolo alimentar é transformado antes de passar ao intestino delgado.As paredes do estômago estão forradas por glândulas gástricas que segregam o suco gástrico (que contém enzimas, ácido clorídrico, muco).Os movimentos peristálticos permitem misturar os alimentos com o suco gástrico, originando uma mistura líquida – o quimo.

No intestino delgado

Ocorre a 3ª etapa da digestão química. No intestino delgado ocorrem as últimas fases da digestão, mas também as mais importantes.Quando o quimo passa para o duodeno, estimula a secreção do suco intestinal que contém várias enzimas.Também o fígado lança o suco biliar, que não é enzimático, e o suco pancreático produzido no pâncreas. Os nutrientes encontram-se agora na sua forma mais simples e em conjunto com as substâncias que não sofreram digestão (água, vitaminas, sais minerais, celulose) formam o quilo. O intestino delgado é a principal área de absorção dos nutrientes. A absorção é muito eficiente devido à presença das válvulas coniventes (pregas).

No intestino grosso

Há reabsorção de água e sais minerais,síntese das vitaminas k e B2 por ação microbiana,formação do bolo fecal. As substâncias não digeridas passam para o intestino grosso misturadas com água. Aqui ocorrerá a absorção da maior quantidade possível de água.No intestino grosso podemos encontrar algumas bactérias que desempenham um importante papel no fabrico de certas vitaminas que depois são absorvidas pelo sangue.Os restos dos alimentos formam as fezes que serão expulsas pelo ânus.

 

Órgãos anexos

Fígado

Produz a bile (não possui enzimas), que tem por função emulsificar os lipídeos para facilitar a acção da lipase e neutralizar a acidez do quimo. Além disso, o fígado armazena vitaminas e ferro.

Pâncreas

Libera suco pancreático para o duodeno. Neutraliza a acidez do quimo, produz enzimas as principais que são:tripsina,amilase pancreática elipase pancreática.

 

Conclusão

Findo o trabalho conclui-se que as enzimas desempenham um papel importante visto que aceleram as reacções químicas de forma selectiva como parte do processo essencial da vida, tais como digestão, respiração, metabolismo e manutenção de tecidos.

Também conclui-se que os alimentos durante a digestão sofrem acção mecânica desenvolvida pela língua, dentes e os movimentos peristálticos e acção química que é provocada pelos sucos digestivos produzidos por diferentes órgãos que compõe o sistema digestivo.

Conclui-se que as enzimas que auxiliam a digestão dos alimentos são secrectados em 4 órgãos que são a boca, estômago, pâncreas e intestino delegado. Durante a digestão o alimento sofre 3 transformações, na boca forma-se o bolo alimentar, estômago forma-se o quimo e por fim o quilo no intestino delegado.

 

Referencias bibliográficas

Sanioto, S. Aires M.1985. Fisiologia Basica, Fisiologia do Sistema Digestivo. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan.

Sanioto ,S.Amorim, J.Mancini, M.Baldo, M.2013. Fisiologia da Secrecao Salivar. São Paulo.

Arthur Guyton e John Hall. 2006. Tratado de fisiologia Medica. Saunders Elsevier Editora. 11ª ed.

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