EXPANSÃO COLONIAL
O colonialismo europeu moderno começou no século XV com as viagens dos portugueses ao longo da costa oeste da África. No entanto, o colonialismo atingiu seu momento de máxima importância desde finais do século XIX até meados do XX. Durante este período países como Inglaterra, França e Alemanha se repartiram o continente africano (onde tão só ficaram dois países independentes: Liberia e Abisinia) e tentaram estender suas influências a outras zonas do mundo como Europa Oriental, Médio Oriente, Extremo Oriente ou as Caraíbas. Por outro lado países como Espanha, Itália, Portugal e Bélgica, embora também tentaram beneficiar desta partilha, não conseguiram tantos territóri
Entre as diversas causas que provocaram a
colonização destacam as seguintes:
Crescimento da população europeia: Provoca uma forte
pressão demográfica a qual junto a uma alta taxa de desemprego provocou que
grande parte da população não tivesse outra saída que a emigração a outros
continentes.
Factores económicos: A revolução industrial provocou uma saturação do mercado europeu,
pelo que foi necessário o investimento de capital em outros países com o
objectivo de ser possíveis novos mercados. Ademais a crescente indústria
europeia precisava a cada vez de uma maior quantidade de matérias prima.
Razões ideológicas: Países como Grã-Bretanha, Itália e Espanha evocam à história como
justificativa enquanto misioneros, tanto católicos como protestantes, se sentem
chamados a evangelizar os chamados povos “atrasados”.
Razões étnicas: Enquanto parte da população europeia justificava a colonização como um
processo de civilização existiam outras pessoas como o Conde
de Gabineau ou Joseph Chamberlain que sustentavam que
este processo este justificado pelo fato de que a raça branca era superior às
demais.
Sejam de aventura: A população
europeia internava-se nos continentes e nos oceanos impulsionados por uma forte
curiosidade. Este factor já se tinha produzido séculos atrás durante a
colonização de Portugal e Espanha.
Durante a colonização de um território
podem ser distinguido três fases: conquista, organização e exploração
económica.
Conquista: A superioridade arma mentística permitiu que as potências
europeias pudessem controlar os territórios com grande facilidade.
Organização: O controle das colónias costumava encontrar-se baixo o poder de um
governador, dado que não todas as decisões podiam ser tomadas pela metrópole.
Exploração: As metrópoles extrai as matérias prima que precisa de colónia e vende
nela os produtos manufacturados que produzem suas indústrias.
2.2 COLONIZAÇÃO EUROPEIA DA ÁFRICA
No período da expansão
marítima europeia, no século XV, os portugueses tentavam
contornar a costa africana para chegar nas Índias em busca de
especiarias. Muitas áreas da costa africana foram conquistadas e
o comércio europeu foi estendido para essas áreas.
Na África existiam
muitas tribos primitivas (segundo a visão etnocentrica europeia) que
viviam em contacto com a natureza e não tinham tecnologia avançada.
Havia guerras entre tribos diferentes, a tribo derrotada na guerra se
tornava escrava da tribo vencedora.
No período de Colonização da América,
ocorria o tráfico negreiro, em que eram buscados negros da África para
trabalhar como escravos nas colónias como mão-de-obra,
principalmente nas plantações. Os escravos eram conseguidos pelos europeus
por negociações com as tribos vencedoras, trocando os escravos
por mercadorias de pouco valor na Europa, como tabaco e aguardente,
e levados para América como peças (mercadorias valiosas).
Pode dizer-se que a colonização recente da
África iniciou-se com os descobrimentos e com a ocupação
das Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV.
O processo de ocupação territorial,
exploração económica e domínio político do continente africano por
potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade
do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do
colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para
o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.
No século XIV, exploradores europeus
chegaram à África. Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus
foram capazes de capturar milhões de africanos e de exportá-los para vários
pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão.
No princípio do século XIX, com a
expansão do capitalismo industrial, começa
o neocolonialismo no continente africano. As potências europeias
desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte
do continente, criando muitas colónias. Entre outras características, é marcado
pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha,
a Bélgica e a Itália.
A partir de 1880, a competição entre
as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se.
A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de
Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências
coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas
ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos que não foram
colónias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália,
durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido
recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América. No
início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio
da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as
características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos
dos conflitos actuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e
tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países
europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente.
Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para
dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correcta das
tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países
dividiram a África e "formaram" países africanos existentes ainda
hoje.
2.2.1 A colonização portuguesa
A colonização portuguesa na África foi o
resultado dos descobrimentos e começou com a ocupação das Ilhas Canárias ainda
no princípio do século XIV. A primeira ocupação violenta dos portugueses na
África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira
"descoberta" da África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no
século XV.
Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e
segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se
prolongou até ao século XIX. Durante a segunda metade do século XV Portugal foi
estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do
século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para
a colonização da costa oriental da África pelos europeus.
A partir de meados do século XVI, os
ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores
zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e Espanha conservam
antigas colónias. Portugal continua com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.
2.2.2 A Descolonização da África
A ocupação da África pelas potências
europeias prosseguiu até depois do final da Segunda Guerra Mundial, quando as
colónias começaram a obter a independência, num processo que se chamou
descolonização. Com excepção do Egipto, que tinha proclamado unilateralmente a
sua independência em 1922, e da África do Sul, que se tinha tornado autónoma em
1910, na forma de domínio do Império Britânico, os restantes territórios
africanos começaram a obter a independência a partir da década de 1950 e,
principalmente, a partir da Conferência de Bandung, em 1958, em que
participaram os quatro países africanos independentes nessa data. A
descolonização não foi pacífica, embora nem sempre fosse forçada através de
guerras de libertação, como foi o caso das colónias portuguesas e da Argélia;
as potências coloniais tentaram manter o seu domínio através do seu apoio a
políticos amigos ou através de vínculos entre os territórios semi-autónomos e a
Europa.
Os últimos países africanos a alcançarem a
independência, já na década de 1990, foram a Namíbia e a Eritreia, que tinham
ficado sob administração, respectivamente da África do Sul e da Etiópia, ao
abrigo de uma antiga tutela da Sociedade das Nações. No entanto, ainda
subsistem vários territórios de África ocupados por países europeus, como as
possessões espanholas em Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e
Tristão da Cunha, administradas pelo Reino Unido. Outros territórios, como as
ilhas Reunião e Mayotte, decidiram por referendo popular manter-se parte da
República Francesa.
Um dos legados do colonialismo tem sido a
dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o
problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria
assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que
geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou
étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e económica com
a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colónias francesas, e
que persiste até hoje, acarretando inclusive certo grau de dependência. Além
disso, considerações extra africanas ainda inibem a política internacional de
muitos Estados do continente.
A relativa brevidade da dominação europeia
na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das
várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas
criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa
e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses
dois grupos de países.
Conscientes desses óbices, muitos líderes
africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problema
do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi à criação, em
Maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba.
A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de
Julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos
(1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a
eclodir em 1977) e entre Quénia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em
sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos
independentes pertencem à União Africana.