O Mapa Cor-de-Rosa
O inicio das expedições de exploração do interior do continente africano fez surgir conflitos entre os países que realizavam essas expedições e os países já com presença em África. Quem explorava novos territórios reclamava-os para si e, por vezes, os mesmos territórios eram reclamados por mais de uma nação.
As
tensões entre as nações europeias aumentavam, chegando mesmo a haver ameaças mútuas.
A Conferência de Berlim veio então obrigar as nações europeias (como Portugal,
presente em África desde o século XV), a ocuparem de forma efectiva os territórios
que reclamavam, para desse modo legitimarem a sua posse.
Surgiu,
assim, em 1886, anexo ao Tratado entre Portugal e a Franca, o projecto do
chamado «Mapa Cor-de-Rosa». Criado pela Sociedade de Geografia de Lisboa, este
projecto tinha como objectivo ligar Angola a Moçambique por terra, criando uma única
grande colónia (marcada no mapa a cor-de-rosa, dai o nome).
Na
nova colónia seriam estabelecidos pontos de colonização, não só para afirmar a presença
portuguesa, mas também para travar as intenções da Inglaterra de pôr em prática
o plano de Cecil Rhodes: ligar o Cairo ä Cidade do Cabo, num único grande
império. A Inglaterra não gostou desta ideia e em 1890 apresentou um ultimato a
Portugal: ou este retirava rapidamente da área entre Angola e Moçambique ou a
Inglaterra declarava guerra a Portugal. Sem condições para lutar contra os
Ingleses, Portugal desistiu do projecto.