Doenças venéricas
Nas primeiras civilizações, o culto aos deuses era intenso. Nessas civilizações, a promiscuidade era algo comum, sendo esse, um dos motivos para o surgimento de doenças venéricas. Desta forma, o termo doenças venéreas tem sua origem na História Antiga, em referência à Vênus, a deusa do amor.
Conceito
As doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), anteriormente chamadas de doenças venéreas, consistem em
doenças infecções transmitidas, especialmente, através de relações sexuais
(transmissão horizontal). Outras vias não sexuais incluem: transmissão da mãe
para o filho durante o período gestacional ou durante o parto (transmissão
vertical); utilização de seringas contaminadas; e ainda durante uma transfusão
de sangue, quando este se encontra contaminado.
Causas
Vários tipos de agentes infecciosos
(vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão
envolvidos na contaminação por IST, gerando diferentes sintomas como feridas,
corrimentos, dor ao urinar, bolhas ou verrugas.
·
Cancro mole (Haemophilus ducreyi)
·
Clamídia (Chlamydia trachomatis')
·
Granuloma inguinale (Dovania granulamatis)
·
Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae)
·
Sífilis (Treponema pallidum)
·
Vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis)
·
Candidíase (Candida
albicans)
·
Herpes simples tipo 1
e 2
·
Condiloma acuminado (HPV tipo 6 e 11)
·
Carcinomas genitais
e da faringe (HPV/VPH tipo 16
e 18)
·
Linfoma de
células T do adulto (HTLV)
·
Tricomoníase (Trichomonas vaginalis)
Tipos
de Doenças Venéricas
Cancro
mole
HPV é a sigla para papiloma vírus
humano. Ele infecta a uma camada do epitélio - parte interna da bexiga - que
pode causar lesões benignas, como as verrugas genitais, e malignas como alguns
tipos de câncer, sendo o câncer de colo de útero e o câncer de anus os mais
comuns. Existem mais de cem tipos de HPV e a grande maioria não causa câncer ou
grandes complicações, uma vez que são combatidos pelo próprio organismo.
HIV/AIDS
HIV é a sigla em inglês do vírus da
imunodeficiência humana, que é o causador da AIDS. Logo, HIV e AIDS não são a
mesma coisa. A AIDS é uma doença crônica potencialmente fatal que acontece
quando a pessoa infectada pelo HIV tem o seu sistema imunológico danificado
pelo vírus, interferindo na habilidade do organismo de lutar contra os
invasores que causam a doença, além de deixá-la mais suscetível a infecções
oportunistas, como a tuberculose. Hoje a pessoa com HIV consegue viver melhor
do que antigamente, mas é necessário que ela faça uso de medicamentos por toda
vida, ou seja, até hoje não há cura ou vacina contra o HIV.
Gonorreia
Gonorreia é a mais comum das
doenças sexualmente transmissíveis. Ela afeta tanto homens quanto mulheres e
pode ser transmitida pelo contato sexual vaginal, oral ou anal. A bactéria
Neisseria gonorrhoeae, que causa a doença, pode infectar a região genital
masculina e feminina, além do reto, olhos garganta e articulações.
Doença
Inflamatória Pélvica (DIP)
A Doença Infamatória Pélvica é uma
DST que afeta mulheres, principalmente as que já têm alguma outra infecção
sexualmente transmissível, como gonorreia e clamídia não tratadas. Ela pode ser
causada por diversas bactérias que acarretam inflamações nos órgãos sexuais
internos da mulher, como útero, ovários e trompas.
Sífilis
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, e pode se manifestar
em três estágios, sendo que nos dois primeiros acontecem os sintomas e ela é
mais contagiosa e no terceiro não há sintomas - o que faz parecer que a pessoa
está curada.
Ébola
É uma doença ocasionada por um
vírus de mesmo nome que é altamente infeccioso e pode atingir uma taxa de
letalidade de até 90%. O vírus é original da África, que de tempos em tempos
sofre com surtos da doença. O seu principal sintoma é febre hemorrágica, que
causa sangramento dos órgãos internos.
Herpes
Herpes simples é uma infecção viral
que se manifesta através do surgimento de pequenas bolhas frequentemente ao
redor dos lábios ou genitais, mas que também podem surgir em qualquer região do
corpo. Normalmente o herpes labial é causado pelo vírus da herpes simples tipo
1, o HSV1, e o herpes genital pelo HSV2, contudo, ambos os tipos podem provocar
tanto o herpes labial quanto o genital.
Hepatites
virais
Hepatite é qualquer degeneração do
fígado por causas diversas, as mais comuns são as infecções pelos vírus do tipo
A, B ou C e o abuso do consumo de álcool.
Saúde
sexual e reprodutiva
·
A Saúde Sexual refere-se às áreas da medicina envolvidas com a
reprodução humana e comportamento sexual, as doenças sexualmente
transmissíveis, os métodos contraceptivos, anticoncepcionais, entre outros.
·
A Saúde Reprodutiva implica que pessoas são capazes de ter uma responsável,
gratificante e mais segura vida sexual, e que têm a capacidade de reproduzir e
a liberdade de decidir-se: quando e com que frequência fazê-lo. Implícito neste
ponto está o direito de homens e mulheres para serem informados e ter acesso
aos seguros, eficazes, acessíveis e aceitáveis métodos de regulação da
fecundidade da sua escolha e o direito de acesso aos serviços de saúde
adequados, aos cuidados que permitam que as mulheres prossigam em segurança com
a gravidez, e ao parto adequado, que proporcione aos casais as melhores
possibilidades de ter um bebê saudável.
Historial
da Saúde sexual e reprodutiva
O conceito de Direitos e Saúde
Sexual e Reprodutiva, cunhado em 1994 na Conferência do Cairo, explorado em
1995 na Conferência de Pequim e desenhado na Carta dos Direitos Sexuais e
Reprodutivos da International Planned Parenthood Federation (IPPF) de 1996
refere-se a um estado de bem-estar completo a nível físico, mental e social
(não somente a ausência de doença) no que diz respeito à vida sexual e reprodutiva.
A saúde reprodutiva aparece, assim,
com a implicação de que todas as pessoas têm o direito a uma vida sexual
satisfatória, a par e passo com a possibilidade de decidir de forma livre
constituir ou não família, o espaçamento e o momento das gravidezes, estar
livre de todas as formas de discriminação e violência com base no género,
acesso a métodos de contracepção modernos, a cuidados de saúde materna e
planeamento familiar essencial para a redução dos casos de IVG (interrupção
voluntária da gravidez), mas também a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis e acesso ao aborto em condições de legalidade e segurança.
Inclui-se, assim, na ideia de saúde e direitos sexuais e reprodutivos o direito
à informação e ao acesso a métodos de planeamento familiar da sua escolha de
forma eficiente e acessível. A esta definição associam-se direitos associados,
como o direito à integridade física, à escolha em contracepção, ao respeito da
identidade sexual ou à educação sexual holística, entre outros.
A Conferência Internacional sobre
População e Desenvolvimento (CIPD) de 1994 e as seguintes trouxeram consigo,
entre outras coisas, a aceitação de um paradigma onde as necessidades dos
indivíduos e o seu empoderamento teriam de passar por um estreitamento da ligação
entre saúde e direitos humanos, procurando eliminar a constante
instrumentalização das mulheres, que até lá viam políticas demográficas
marcadas nos seus próprios corpos. Outro traço marcante destas conferências foi
o facto de se reconhecer, por fim, o facto de a saúde das mulheres,
principalmente a saúde sexual e reprodutiva, se encontrava também sujeita às
marcadas desigualdades de género, dificultando ou impossibilitando o acesso a
cuidados de saúde e à educação sexual holística, entre outros. Um inovador
paradigma que se mantém actual com os debates e desafios sobre Natalidade,
Fertilidade, Igualdade, Direitos Humanos e Sustentabilidade.
Apesar das diferenças regionais e
entre países, a procura de planeamento familiar continua a aumentar, e muitas
mulheres e famílias continuam a ter mais filhos do que os que desejavam. A
redução de nascimentos não planeados e a dimensão da família têm impacto
positivo nos encargos financeiros do sector público não só a nível de saúde mas
também de água, saneamento e serviços sociais vários. Neste sentido, a
realização dos direitos humanos das mulheres tem um efeito positivo a nível da
realização de metas de desenvolvimento a nível local, nacional e global.
A nível dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio, onde as metas referentes à saúde se encontram mais
longe do expectado, um real investimento em saúde sexual e reprodutiva teria
implicações transversais, potenciando a quebra de ciclos de pobreza, garantindo
reais oportunidades às mulheres, incluindo as raparigas, aos jovens em geral e
às famílias, em áreas económicas várias, aumentando os níveis de escolarização
e reduzindo os níveis de mortalidade e morbilidade infantil, eliminando
práticas nefastas e aumentando as oportunidades de inclusão social para jovens
e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Importância
do planeamento familiar
O Planeamento Familiar é o meio de
proporcionar informação às pessoas que lhes permita decidir o número de filhos
que querem ter e quando os querem ter. Isto implica o acesso a informação sobre
métodos de contraceção e serviços de saúde apropriados que permitam a vivência
da sexualidade de uma forma saudável, feliz e segura, bem como o planeamento de
uma gravidez e parto nas condições mais adequadas.
O planeamento familiar é uma das
estratégias mais eficazes e garantidas para salvar as vidas das mulheres e
crianças e também melhorar a sua saúde.
Quando as mulheres e os casais têm
acesso ao planeamento familiar – em particular, a uma grande variedade de
métodos contracetivos modernos – têm maior probabilidade de evitar gravidezes
não desejadas e de espaçar as gravidezes. Estas medidas diminuem
significativamente o risco da mulher morrer no parto e o surgimento de
problemas de saúde a longo prazo. Também aumentam as probabilidades de
sobrevivência do bebé e de este ser saudável.
Nesse sentido podemos destacar os
seguintes pontos como sendo as importâncias do planeamento familiar:
·
Promover comportamentos
saudáveis face à sexualidade;
·
Informar e aconselhar
sobre a saúde sexual e reprodutiva;
·
Reduzir a incidência
das infeções sexualmente transmissíveis e as suas consequências, nomeadamente a
infertilidade;
·
Reduzir a mortalidade e
a morbilidade materna, perinatal e infantil;
·
Permitir que o casal
decida quando quer ter filhos, o número de filhos que quer ter e o espaçamento
entre eles;
·
Preparar e promover uma
maternidade e paternidade responsável;
·
Melhorar a saúde sexual
e reprodutiva do casal e o bem-estar da família.
Estratégia
de difusão de informação nas zonas rurais
Para que a demanda potencial de
contraceptivos se transforme em utilização de fato, os governos precisam criar
políticas de planeamento familiar nas quatro áreas já citadas.
A tingir um número maior cú
pessoas. A maioria dos programas africanos de planeamento familiar está incluída
em programas de saúde materno-infantil e concentrasse apenas em mulheres em
idade de procriar que desejam controlar o intervalo entre seus períodos de
gravidez. Sem dúvida, é importante atuar junto a este grupo; mas também outros
- adolescentes, homens e mulheres que não querem mais ter filhos – deveriam ser
incluídos nos serviços de planeamento familiar.
Os atuais programas governamentais
raramente incluem os jovens, embora se disponha de boa documentação acerca dos
riscos à saúde, tanto da mãe quanto da criança, em casos de gravidez na
adolescência. E raro adolescentes casados receberem aconselhamento que os ajude
a protelar a primeira gravidez até quase o fim da adolescência ou os 20 e
poucos anos, quando o parto apresenta menos riscos. Em alguns países, existe o
temor de que os adolescentes não casados, caso tenham mais informações sobre planeamento
familiar, se sintam estimulados a maior atividade sexual; mas a falta de
informações quanto a métodos contraceptivos e serviços correlatos não garante
que os adolescentes deixem de praticar sexo. Um estudo acerca de jovens
solteiros realizado em lbadã, Nigéria, mostrou que, na faixa dos 18 anos, 50%
das maças e 75% dos rapazes eram sexualmente ativos, mas apenas 48% dos homens
e 66% das mulheres sexualmente ativos adotavam métodos de contracepção. Entre
os que não adotavam tais métodos, um número surpreendente declarou que agia
assim por desconhecer o planeamento familiar.
Na África subsaariana, como em
outros lugares, as atitudes tradicionais dos homens impedem o planeamento
familiar. Até agora, os programas visaram principalmente às mulheres,
consideradas mais receptivas e mais diretamente envolvidas na procriação.
Mas as atitudes dos homens afetam
as decisões das mulheres no tocante à contracepção, e evidentemente o planeamento
familiar é de responsabilidade tanto de homens quanto de mulheres. Se for dada
maior atenção às atitudes masculinas, o planeamento familiar pode ser
estimulado. Alguns programas nacionais, como os de Botsuana, Quênia, Tanzânia,
Zaire, Zâmbia e Zimbábue, também oferecem informações e serviços a homens.
Em muitas regiões da África, a
infecundidade é muito elevada; o temor da infecundidade faz os casais relutarem
em adotar métodos contraceptivos. Assim, embora infecundidade elevada mantenha
a fecundidade em níveis baixos, ela também impede o uso de contraceptivos e
desacelera o eventual declínio da fecundidade. Os programas de planeamento
familiar podem evitar a infecundidade e a esterilidade secundária (a impossibilidade
de conceber ou voltar a dar à luz depois do primeiro parto), porque informam
acerca das causas de esterilidade e tomam disponíveis os meios de contracepção,
'que permitem às adolescentes adiar a gravidez e às mulheres evitarem a
gravidez não-desejada que pode ser interrompida por um aborto ilegal, uma das
principais causas da esterilidade secundária.
Conclusão
Terminado trabalho, concluiu-se que
as doenças sexualmente transmissíveis (DST), também denominadas infecções
sexualmente transmissíveis (IST), podem ser causadas por microrganismos que
variam amplamente em tamanho, ciclo de vida, sintomas e suscetibilidade a
tratamentos disponíveis.
Pode-se afirmar que a prática de
sexo seguro é a melhor forma de prevenir as doenças Venéricas.
A informação, a educação e o
aconselhamento individualizado, tendo em vista um comportamento sexual saudável
e responsável, devem ser componentes integrantes dos cuidados básicos de saúde.
Não praticar sexo (anal, vaginal ou
oral) é a maneira mais confiável de prevenir DSTs, mas normalmente fora da
realidade.
Bibliografia
CEBRAP, Ministério da
Saúde. Relatório da pesquisa “ Comportamento Sexual da População Brasileira e
Percepções do HIV/AIDS “. São Paulo, setembro de 2000.
Oriel,
J.D. (1994). The Scars of Venus: A History of Venereology (em
inglês). Londres: Springer-Verlag.
World Health
Organization - Sexually Transmited and Other reproductive tract infections. A
guide to essential practice. 2005.
Wall, J. W. Brazil's
alternative economic-demographic futures: fertility, family planning,
population growth and some of their economic-demographic effects. Rio
de Janeiro, 1974, mimeogr.