JACARANDÁS DE SAUDADE
Tempo
de seus passos vindo
pelo tapete de roxas flores
dos jacarandás enfileirados na rua.
Hoje
é eterno o ontem
da silueta de Maria
caminhando no asfalto da memória
em nebuloso pé ante pé do tempo.
…
Todo o tempo
colar de missangas ao pescoço
sempre o tempo todo
suruma minha suruma da saudade.
Suruma daquela saudade
das flores dos jacarandás
nos passos de Maria.~
(CRAVEIRINHA, José. Maria. Lisboa: Caminho, 1998, p. 20)