Pecuária
Introdução
A geografia é uma ciência que atua em várias áreas, incluindo
estudo das atividades econômicas, quando tem como foco as atividades rurais é
conhecida como Geografia agrária, essa especificidade volta sua atenção para os
fenômenos ocorridos no campo (conflitos, tipos de produção, reforma agrária,
tecnologias empregadas, as culturas desenvolvidas entre outros).
A produção pecuária corresponde ao conjunto de técnicas
utilizadas e destinadas à criação e reprodução de animais domésticos com fins
econômicos, esses animais são comercializados e abastecem o mercado consumidor.
Entretanto, neste trabalho falaremos da Pecuária, incluindo os factores, tipos
de gados, formas de criação, sistemas de criação e muitas outros pontos que
abordaremos.
Pecuária
A pecuária é uma atividade ligada à criação de gado e outros
animais, esse ramo produz importantes matérias-primas que abastecem as
agroindústrias, como carnes para frigoríficos, peles na indústria de couro,
leite para laticínios e muitos outros.
Dentre as muitas fontes de renda derivadas da
pecuária destaca-se a produção de carne, leite e ovos. A carne exerce a
principal função na produção agroindustrial, nesse sentido os animais
consumidos são: bovinos, suínos, bufalinos, ovinos, caprinos e galináceos ou
aves em geral. A segunda importante produção está ligada à produção leiteira,
nesse caso são derivados de bovinos, bufalinos, ovinos e caprinos, o terceiro
tipo de produção mais importante é a de ovos, provenientes da criação de
galináceos e por último os animais de montaria (equinos, muares e asininos).
Fatores de Produção da Pecuária
Fatores humanos e
naturais:
Fatores humanos: transporte, mercado consumidor,
etc.
Factores naturais: clima, relevo, solo e vegetação
Conceito de Factor
de Produção
Os factores de produção (ou inputs) são bens, duráveis ou não, utilizados
para produzir outros bens mediante a utilização de
determinados processos e tecnologias de produção. Em modelos económicos
teóricos, cada um dos factores de produção é incluído numa função a que é dada
a designação de função produção, a qual
procura medir a quantidade máxima de produção para
diferentes quantidades de factores produtivos.
Tipos de Factores de
Produção
Uma das categorias de factores de produção são os
inputs duráveis, isto é, não consumidos durante o processo produtivo.
Tradicionalmente os economistas classificam os factores de produção em três
grandes categorias: terra, trabalho e capital:
- Terra: é considerado como um
factor de produção primário e representa, em sentido lato, a terra
utilizada na produção agrícola e pecuária, a terra para implantação de
edifícios e outras construções, os recursos minerais e outros tais como o
ar e a água;
- Trabalho: tal como a Terra,
é considerado como um factor de produção primário; representa não apenas o
tempo de trabalho humano despendido na produção, mas também as capacidades
e conhecimentos das pessoas utilizados na produção; este factor produtivo
é geralmente considerado como a chave do desenvolvimento económico;
- Capital: inclui todos os
bens duráveis produzidos com o fim de produzirem ou apoiarem na produção
de outros bens ou serviços; podem ser incluídos neste tipo de factores
produtivos as máquinas industriais, os equipamentos informáticos, os
equipamentos de telecomunicações, os equipamentos de transportes, as
instalações, entre diversos outros.
Factores de Produção
Fixos e Variáveis
Uma distinção geralmente efectuada entre factores
de produção é quanto à sua flexibilidade no curto prazo. Quando é possível
variar a quantidade do factor de produção no curto prazo, é dada a
esse factor a designação de factor de produção variável. Pelo contrário, quando
não é possível variar a quantidade do factor de produção no curto prazo, mas apenas
no longo prazo, é-lhe dada a designação de factor de produção fixo. Numa
empresa, os factores de produção com maior facilidade de alteração são as
matérias-primas e o factor trabalho e o mais difícil (e por isso considerado
como fixo no curto prazo) o factor capital.
Tipos de gado
Por gado entende-se
o conjunto de animais que foram domesticados pelo homem para aumentar a sua
produção, serviços agrícolas, consumo doméstico, comercial ou industrial:
- Gado
asinino - os ásnos também denominados jumentos,
jegues ou burros
- Gado
bovino ou vacum - os bovinos e algumas espécies
de búfalo
- Gado
caprino - as cabras
- Gado cavalar ou equino -
os cavalos
- Gado
muar - as mulas e mulos (português europeu) /
burros (português brasileiro)
- Gado rangífero - as renas
- Gado de Bico - aves
domésticas
- Gado
suíno - os porcos domésticos
- Gado
ovino ou arietino - as ovelhas
- Aves de capoeira - galinhas
Formas de Criação do Gado
Basicamente, existem três tipos de sistemas de produção de carne bovina:
extensivo,semi-intensivo e o intensivo.
Ø Sistema Extensivo
O sistema extensivo caracteriza-se
por: utilização maciça de recursos naturais (algumas vezes de forma
extrativista); a maioria das propriedades rurais situa-se longe dos centros
consumidores; gado a campo; animais mestiços (azebuados); produção e/ou produtividade
baixa; sem ou com diminutos planejamentos alimentar, profilático e ou
sanitário; controles de produção e reprodutivos inadequados ou inexistentes;
instalações inadequadas, muitas vezes somente o curral de manejo; pastos
constituídos de plantas nativas e/ou exóticas, mas com os manejos da pastagem e
do pastejo inapropriados; a utilização de suplementação alimentar quase
inexistente (Ronaldo Lopes Oliveira 2008).
Ø Sistema Semi-Intensivo
O sistema semi-intensivo
caracteriza-se por: propriedades rurais especializadas, ditas empresas rurais,
podem ou não estar próximos a grandes centros; alimentação com base em pastos,
mas com utilização de suplementos minerais e concentrados; técnicas de
conservação de forragens (silagens) e ou capineiras; quando utilizado o sistema
de confinamento geralmente está vinculado à fase de engorda; controle
zootécnico, profilático e reprodutivo; processos modernos de criação, em que
utiliza gerenciamento agropecuário, de biotécnicas de reprodução; de
maquinarias e de insumos; emprego de maiores investimentos por unidade de
terra, quando comparado com o extensivo; contabilização do trabalho/ha; os
funcionários são mais capacitados; as pastagens são exóticas e, algumas vezes,
com manejos apropriados do pastejo e da pastagem e em alguns casos utiliza a
integração lavoura pecuária; a suplementação alimentar concentrada pode ocorrer
ao longo do ano, ou em partes do ano (estacionalidade de produção forrageira),
no entanto a suplementação mineral ocorre ao longo do ano; quanto ao material
genético o zebu ainda permanece predominante, em especial no rebanho de
matrizes, utilizando técnicas de inseminação artificial e/ou no mínimo touros
puros de origem; não é rara a utilização de animais de origem europeia nos
cruzamentos, principalmente aqueles destinados ao abate; controle de outras
enfermidades e de parasitos; as instalações de maneira geral são mais
apropriadas e não se restringem ao curral de manejo (Ronaldo Lopes Oliveira
2008).
Ø Sistema Intensivo
O sistema intensivo caracteriza-se por:
propriedades rurais altamente especializadas, ditas empresas rurais, geralmente
estão próximos a grandes centros, onde o preço da terra é alto e os
conhecimentos mercadológicos são a chave para a manutenção; necessidade de
planejamento dos recursos alimentares, sanitários, produtivos e reprodutivos,
administrativos, entre outros; os pastos são explorados intensivamente,
principalmente para rebanho de matrizes, quando utilizados para a fase de
engorda podem estar associados à irrigação e/ou suplementação (semiconfinamentos)
e/ou integração lavoura-pecuária; há adoção do sistema de confinamento, que
pode ocorrer logo após a desmama; devido ao alto grau de especialização dos
animais, é característica a alta produção animal e alta produtividade; há
emprego de alimentos concentrados e minerais; o manejo geral dos animais é mais
detalhado e laborioso; o manejo sanitário é mais complexo; de maneira geral os
custos de produção são mais elevados; ocorre exploração ao máximo do potencial
genético dos animais; mão de obra especializada, com a necessidade de
especialistas nas áreas que circundam o sistema de produção de carne; quanto às
características genéticas dos bovinos, esta pode ter base zebuína, mas também
pode ocorrer maior utilização de animais de origem européia, essa variação é
dependente do objetivo da produção, que geralmente estão associados ao mercado
consumidor final (Ronaldo Lopes Oliveira 2008).
Bibliografia
Ø Salozábal,
José Maria, Curso de Economia, 4ª ed., Bilbau, 1985, pp.77 e s.,
197
Ø NÃÃS, I.A. Princípios
de conforto térmico na produção animal. São Paulo: Ícone Editora, 1989.
Com Auxílio da
Internet: