A Cavidade Bucal

 A boca consiste em uma estrutura anatômica caracterizada por uma cavidade que possui ao seu redor elementos dinâmicos que lhe fornece diversas propriedades, diferenciando-a das outras estruturas do corpo, principalmente no que diz respeito a suas funções de interação com o ambiente. É nessa cavidade que se inicia o processo de digestão.

A cavidade bucal humana é constituída por tecidos duros e moles, que tem a finalidade de misturar e transformar os alimentos em bolo alimentar, ao juntá-los com a saliva. 

Os dentes (tecidos duros) são diferentes uns dos outros. Eles se diferenciam a depender de sua função. Podemos assim, identificar quatro grupos dentários: os incisivos que teêm a função de cortar os alimentos, os caninos, que têm a competência de rasgá-los e os pré-molares e molares, que trituram os mesmos. Agora, dependendo da função, cada dente tem um formato específico. 

Os dentes localizam-se nas duas arcadas (superior e inferior). No homem existem duas dentições, uma temporária (decídua) e uma permanente. A dentição decídua é composta de 20 unidades dentárias, sendo 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares em cada arcada e a a dentição permanente se apresenta com 32 unidades dentárias, sendo 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré-molares e 6 molares em cada maxilar. 

Com o processo de evolução humana os números de unidades dentárias permanentes vem diminuindo. Um exemplo disso é a presença menos frequente dos terceiros molares na dentição do homem, atualmente. 

Curiosidade 

Certas bactérias que vivem na boca humana alimentam-se dos restos de comida que ficam entre os dentes. Na presença de açúcar, essas bactérias multiplicam-se rapidamente, aderindo aos dentes e formando as chamadas placas bacterianas (biofilme dental bacteriano). As bactérias das placas produzem ácidos que corroem o esmalte dental, causando a cárie dentária (AMABIS, 2004).

Entre os tecidos moles da cavidade bucal destacamos a língua que consiste em uma estrutura que contém as papilas gustativas, que podem ser divididas em filiformes, fungiformes, calciformes e foliadas. 

As papilas filiformes tem a forma de filamentos e são encontradas nas bordas e ponta da língua; as fungiformes têm a forma de cogumelo e se encontra mais no dorso da língua; circunvaladas ou calciformes têm a forma de cálice e se encontram no V lingual e foliadas que se localizam na porção posterior dos bordos. 

As papilas possuem células sensoriais responsáveis por ofertar a sensação do sabor e tem como competência identificar quatro sabores: o doce que é captado pela ponta da língua, o salgado sentido por quase todo o órgão, o azedo pelas suas bordas e o amargo pela sua porção faríngea, atrás do V lingual.

As Glândulas Salivares

Na cavidade bucal existem as glândulas salivares (exócrinas) que tem como principal atribuição, a produção de saliva (serosa, mucosa e mista). Esta ajuda a manter o equilíbrio constante da cavidade bucal, por meio da autorregulação , sendo de significativa importância na digestão, fonação e deglutição; protege os tecidos moles da cavidade bucal do ressecamento e os dentes contra as lesões de cáries dentárias. Na saliva encontram-se anticorpos protéicos que destroem as bactérias presentes na boca, inclusive as que provocam as lesões de cárie dentárias. Compete ao fluxo salivar remover as bactérias e os restos alimentares, que podem servir de substratos para os organismos patogênicos. Diversos fatores estimulam a secreção salivar, podemos citar o cheiro e a visualização dos alimentos e a presença destes na cavidade bucal.

As glândulas salivares são classificadas em principais ou maiores (parótida, submandibular e sublingual) e acessórias ou menores. As glândulas submandibulares são responsáveis pela secreção da maior parte de saliva na boca, (aproximadamente, setenta por cento). 

As glândulas parótidas são responsáveis pela secreção de cerca de vinte e cinco por cento de saliva produzida na boca e as glândulas sublinguais secretam cerca de cinco por cento de saliva. 

A glândula parótida é a mais volumosa de todas. Encontra-se anteriormente à orelha e atrás do ramo da mandíbula. Seu ducto pode ser palpado facilmente com o dedo no interior da cavidade bucal, quando ela está entreaberta, já que ele segue um trajeto anterior sobre o músculo masseter e atravessa a bochecha. A secreção salivar da glândula parótida é do tipo serosa e se escoa através do ducto parotídeo (LOBÃO, 2009). A glândula submandibular é a segunda em tamanho. 

Situa-se na porção posterior do assoalho da boca, dobra-se contra a face medial da mandíbula, mostra um ducto excretor que se abre na boca, abaixo da língua, através de um pequeno orifício lateral ao frênulo lingual. Secreta saliva mista (serosa e mucosa), que escoa através do ducto submandibular – Wharton (LOBÃO, 2009).  

A glândula sublingual, em forma de amêndoa, é considerada a menor dos três pares de glândulas salivares maiores e fica localizada no assoalho da boca, entre a porção lateral da língua e os dentes. Elimina sua secreção para o meio bucal por meio de um número variável de pequenos ductos (ductos de Rivinus) que se abrem numa elevação da prega sublingual. 

Da parte anterior da glândula, entretanto, alguns ductos podem, às vezes, unir-se, formando um ducto sublingual maior que se abre no ducto submandibular - ducto de bartholin (LOBÃO, 2009). 

Numerosas glândulas salivares menores estão distribuídas em toda a submucosa bucal, ocupa grande parte da cavidade bucal, com exceção da região anterior do palato duro e da gengiva aderida e têm a função de manter úmido o meio bucal em estado de repouso. As principais são as glândulas linguais, na mucosa da língua; numerosas pequenas glândulas labiais, na mucosa dos lábios; as glândulas bucais, na mucosa das bochechas e as palatinas, no palato duro e mole (LOBÃO, 2009).


Sem comentários:

Enviar um comentário

Click aqui