A EVOLUÇÃO DAS CIDADES
A EVOLUÇÃO DAS CIDADES
O surgimento das cidades foi uma
consequência da revolução da agricultura, especialmente da revolução do
neolítico, que permitiu a sedentarização dos homens num determinado lugar.
A revolução urbana desencadeio se, na
Palestina, na Mesopotâmia entre o Tigre e o Eufrates, no actual Iraque, no vale
do Indo e no Vale do Nilo. Há ainda que salientar que as cidades Egípcias do
vale do Nilo apresentavam se constituídas paralelamente ao curso do rio, o que
significava a existência de um planeamento prévio.
Período
clássico
a)
Grécia
A
Grécia de 800 a.C. possuía tribos que viviam isoladamente em ilhas. As cidades
– estados eram regiões controladas exclusivamente por uma cidade. Entre as
cidades-estado destacam se Atenas, Esparta, Corinto, Tebas, Tróia e Mileto,
sendo que algumas destas cidades já possuíam um plano geométrico.
b)
Roma
O período romano
caracterizou se pela adopção e aperfeiçoamento de arquitectura grega. A cidade
romana, herdeira ou cópia do urbanismo grego, tinha no centro o fórum, rodeado
de colunas e estátuas, circundada de edifícios públicos, templos, repartições,
lojas, etc.
Idade
Media
A idade média foi
marcada pela queda do império do ocidente em 476 e o declínio da civilização
urbana em favor da economia rural dos povos bárbaros, que foram conquistando
novas fronteiras do antigo império que culminou, em 1453, com a tomada de
Constantinopla. O crescimento económico, a concentração do poder político, as
necessidades de defesa criaram e desenvolveram as cidades a partir de um ponto
forte que se cercou de muralhas e em que a igreja foi sempre o centro
geográfico. A maior parte das cidades Europeias surgiu na Idade Média, sendo
estas classificadas em dois tipos: as Cidades Planejadas e adaptadas.
Renascimento
O renascimento foi
marcado pela construção de grandes muralhas, que tinham dentro de si grandes
palácios monumentos e igrejas. Estas muralhas eram constituídas com propósitos
puramente defensivos para resistir as novas armas de fogo fabricadas.
É nas cidades
planejadas que esta nova concepção do traçado das ruas e avenidas se vai
afirmar. Por isso, cidades, como Palma Nueva, que surgiram como consequência de
uma necessidade militar, adquirem nova planificação. Esta cidade é o exemplo
mais completo e perfeito de uma cidade estrelar, e representa o esforço de
conceber uma cidade em concordância com os esquemas ideais do renascimento.
É porém o desejo
pela monumentalidade na construção das cidades, que marca as transformações
renascentistas. Assim, a arquitectura dessa época realiza o seu ideal de
proporção e de regularidade em alguns edifícios, praças isoladas, mas não
transforma uma cidade
Taxa de urbanização (TU) é a percentagem da
população que vive no espaço urbano (PU) em relação à população total (PT) de
uma dada região.
TU =
PU/PT*100
Segundo dados do
relatório do Desenvolvimento Humano do ano 2000, pulicado pelo PNUD, a
população urbana atingiu os 34% da população mundial em 1960, 44% em 1992, 48%
no ano 2000 e, nos primeiros anos do séc. XXI, previa-se uma taxa de população
urbana mundial a superar os 50%.
A partir destes
dados, pode-se concluir que o processo de urbanização é um fenómeno
relativamente recente. No entanto, deve-se salientar que estes dados são a
média do planeta, pois há países com uma alta taxa de urbanização e outros que
permanecem essencialmente rurais.
Entre os países
com uma baixa taxa de urbanização, destacam-se os do continente africano que
estão entre os menos urbanizados.
A evolução da taxa de urbanização em
Moçambique foi de 4% em 1960, 30% em 1992 e 41% em 2000. A tabela da Pag.129,
PLURAL EDITORES, 2013., indica a evolução da taxa de urbanização nalguns países
do mundo.
As
principais funções das cidades
As funções das cidades são determinadas pela
actividade principal desenvolvida pela população, embora na maioria se
encontrem todas as funções, as principais são: residencial, comercial,
industrial e de serviços (religiosa, cultural, político-administrativa, etc.
Considerando as
funções da cidade é possível dividir em três categorias: enriquecimento, de
responsabilidade,
e de criação e transmissão.
ü Enriquecimento
são as que estão relacionadas com a produção de fluxos monetários. Tais são os
casos das indústrias, do comércio, do turismo e dos serviços financeiros.
ü Responsabilidade
aqui conta-se as funções de administração, o ensino e a saúde. Na maioria dos
casos,
estes serviços ultrapassam as
necessidades locais, estendendo-se por áreas mais vastas.
ü Criação
e transmissão função ligada as duas funções precedentes. Trata-se de efeitos e
meios de ligação, isto é, tudo o que diz respeito à difusão da civilização, do
modo de vida, das conquistas urbanas destinadas às populações urbanas e
periféricas.
Para exercer esse papel, a cidade deve
dispor de meios de transportes internas e periféricas, bem como de outros meios
de comunicação que lhe permite difundir certas riquezas, noções, ideias. Deste
modo, ao disponibilizar às pessoas espetáculos, publicações, acções desportivas
e culturais, a cidade detém o poder de influenciar mentalidades.
Já em função do critério de magnitude de concentração urbana,
podem ser consideradas 5 categorias.
ü Aglomeração:
é a forma mais simples de desenvolvimento urbano, que corresponde à área
ocupada pela cidade e seus arredores. Fala-se de aglomeração de Londres, Paris,
Montreal, Buenos Aires.
ü Conurbação:
representa um tipo especial de aglomeração que resulta de crescimento paralelo
de várias aglomerações vizinhas que acabam por se juntar, mas mantendo as suas
independências. Ex: LilleRoubaix-Tourcing (França), Saint-Paul-Minneapolis (EUA).
ü Magalópole:
designação atribuída a uma grande aglomeração urbana constituída por uma
sucessão de cidades mantendo cada uma delas a sua independência: Boston a
Washington DC passando por Nova Iorque, Filadélfia e Baltimore.
ü Cidade-dormitório:
corresponde as cidades cuja população vai trabalhar numa outra cidade dando
origem a movimentos migratórios quotidianos, designados por movimentos
pendulares.
ü Cidades-satélites:
trata-se de pequenos centros urbanos que, por terem serviços relativamente
deficientes, incitam os habitantes a procurar metrópole vizinha o comércio e
outos equipamentos.
Planeamento
urbano
É um processo de criação e desenvolvimento
de programas que visam melhorar e revitalizar certos aspectos, por exemplo: a
qualidade de vida das populações dentro de uma área urbana, como vilas ou
cidades.
O planeamento urbano lida com os processos
de produção, estruturação do espaço urbano. Hoje em dia o planeamento urbano
está cada vez mais crescente devido ao crescimento massivo das grandes cidades
e a necessidade de espaços alternativos que este crescimento demanda. Este tem
como resultado factores importantes para resolver como facilitar o movimento de
pessoas nas cidades como aumento de vias públicas conseguir melhor comunicação
entre bairros e espaços adequados para os diferentes tipos de transporte como
para sua quantidade.
Assim, os indivíduos que fazem o planeamento
urbano principalmente o aspecto físico de uma cidade, no sentido de sugerir
propostas que têm como objectivo embeleza-la e fazer com que a vida urbana seja
mais confortável. Têm ainda por missão prever os futuros impactos positivos e
negativos provocados por um plano de desenvolvimento urbanos.
Importância
do planeamento urbano
Esta actividade é de importância capital pois tem em vista:
• Aconselhar
os municípios, vilas e outros assentamentos urbanos;
• Sugerir
possíveis medidas que podem melhorar os problemas decorrentes do uso do espaço
(congestionamento de transito, construções de áreas comerciais e habitacionais,
parqueamento de viaturas e outros);
• Gestão
ambiental adequada;
• Valorizar
a conservação ambiental e aumentar a qualidade de vida das pessoas;
• Garantir
a sobrevivência das pessoas nas grandes cidades;
• Visa,
portanto, mostrar como é a cidade hoje e como ela deve ser no futuro;
• Mostrar
a maneira como o solo urbano deve ser utilizado pelas infra-estruturas públicas
e como deve ser expandido, melhorado ou criado;
• Definir
as áreas que podem ser adensadas, com edifícios de maior altura;
Principais
problemas urbanos
A urbanização desordenada que existe em
muitas cidades do mundo, sobretudo nos países pobres, muitas vezes não
preparados para atender as necessidades básicas das populações sobretudo dos
migrantes, causa uma serie de problemas sociais e ambientas. De entre eles
destacam-se:
• O
desemprego;
• O
subemprego;
• A
criminalidade;
• Aumento
de delinquência juvenil;
• A
prostituição;
• O
consumo de drogas e álcool;
• A
exclusão social;
• A
mendicidade;
• O
suicídio;
• A
falta de infra-estruturas sociais como escolas, hospitais, habitação;
• A
insuficiência de água canalizada, de energia, de transporte, de espaços verdes,
alimentação;
• Precárias
condições higiénicas e sanitárias (ruptura de esgotos, deficiente gestão de
resíduos sólidos, de valas de drenagem);
• Poluição
da água;
• Poluição
sonora e do ar;
• Concentração
desordenada entre outros problemas.
As cidades começaram a crescer rapidamente,
o que ocasionou a perda das suas características originais, dando origem a um
crescimento desorientado e colocando problemas a nível ambiental. Sendo assim,
é clara a preocupação dos governos e políticos quanto a problemática do
planeamento urbano e da gestão ambiental.
As
grandes concentrações urbanas
Europa: Alemanha (Ruhr maior concentração da Europa), Reino
Unido (Londres, Manchester e Birmingham) e Países Baixos (Amesterdão, Roterdão,
Haia e Utrecht).
América do Norte: Nordeste dos EUA maior concentração urbana
do mundo, onde se destaca a existência de duas grandes megalópoles de Boston a
Washington DC e a região dos grandes lagos que se estende de Chicago a
Pittsburg; e na fachada do sudoeste do Pacífico, onde se encontram as cidades
Los Angeles e São Francisco.
América latina: Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo), México (Cidade
de México), Argentina (Buenos Aires), Uruguai (Montevidéu), Venezuela (Caracas)
e Chile (Santiago).
Ásia: Japão (Tóquio a Kobe, Yokohama, Osaka, Nagoya e Kyoto),
China (Xangai e Pequim) e Índia (Bombaim Deli e Calcutá).
África: Egipto (Cairo), Nigéria (Lagos), Congo (Kinshasa),
Sudão (Cartum) e RSA (Joanesburgo).