LEI DE LAMBERT
Lambert (1870) observou a relação entre a transmissão de luz e a espessura da camada do meio absorvente. Quando um feixe de luz monocromática, atravessava um meio transparente homogêneo, cada camada deste meio absorvia igual a fração de luz que atravessava, independentemente da intensidade da luz que incidia. A partir desta conclusão foi enunciada a seguinte lei: " A intensidade da luz emitida decresce exponencialmente à medida que a espessura do meio absorvente aumenta aritmeticamente ".
Esta lei pode ser expressa pela seguinte
equação:
===================
I
= Io . 10-x1
===================
Onde: I = Intensidade
da luz transmitida
Io = Intensidade da luz incidente
x =
constante denominada coeficiente de absorção e que
depende do meio absorvente empregado
1 =
Espessura do meio absorvente
Beer em 1852 observou a relação existente entre a transmissão e a
concentração do meio onde passa o feixe de luz. Uma certa solução absorve a luz
proporcionalmente à concentração molecular do soluto que nela encontra, isto
é, " A intensidade de um feixe de luz monocromático decresce
exponencialmente à medida que a concentração da substância absorvente aumenta
aritmeticamente ".
Expressa pela equação:
=================
I
= Io . 10-kc
=================
Onde: I = Intensidade
da luz transmitida
Io = Intensidade da luz incidente
k =
Constante denominada coeficiente de absorção
c =
Concentração do meio absorvente
As leis de Lambert-Beer são o fundamento da
espectrofotometria. Elas são tratadas simultaneamente, processo no qual a
quantidade de luz absorvida ou transmitida por uma determinada solução depende
da concentração do soluto e da espessura da solução (1).
A lei de Lambert-Beer pode ser expressa
matematicamente pela relação: T= e-a . 1 .
C
Onde:
T= Transmitância
e = Logaritmo Natural de Euler
a= Constante
1= Espessura
da solução
c =
Concentração da solução (cor)
Convertendo a equação para forma logarítmica:
-lnT=a . l . c
Utilizando-se logaritmo na base 10, o
coeficiente de absorção é convertido no coeficiente de extinção K .
assim: -log T=k. l . c
em que: k = a/2.303.
As determinações das concentrações de
compostos, o "1" (caminho óptico), são mantidas
constantes e têm grande importância para os bioquímicos, portanto:
-log T =k' . c
em que: k'=k. l
O -log (I/Io) foi denominado
densidade óptica (DO) ou absorbância (A) ou extinção (E). Portanto, A
= k' . c. A relação entre A e a
concentração da solução é linear crescente, conforme mostrado.
Curva de absorbência versus concentração de glicose
(umol/mL).
Comparando com a equação da reta tem-se: y = a . (x) +
b; A =k' . c + 0,02.
Esta lei foi descoberta pela primeira vez em 1729 pelo matemático,
geofísico e astrónomo francês Pierre Bouguer (1698-1758). A sua autoria é,
contudo, frequentemente atribuída de forma errada ao matemático, físico e astrónomo
francês Johann Lambert (1728-1777). No seu trabalho em 1760[1],
Lambert citou a descoberta de Bouguer e constatou que a fracção de luz que é
absorvida por uma amostra é independente da potência radiante incidente. Este
facto é conhecido como lei de Lambert, embora, na realidade, só
seja verdadeira se for pequeno e se a extensão de outros fenómenos como a
dispersão da luz ou reacções fotoquímicas for desprezável. Só 92 anos depois é
que a lei foi modificada de forma a incluir a concentração da solução na
fórmula de cálculo. Essa modificação foi da autoria do físico e matemático
alemão August Beer (1825-1863).
Para a correcta utilização e
aplicação da lei de Lambert-Beer, é necessário que estejam reunidos alguns
pré-requisitos, nomeadamente:
·
As partículas (átomos, moléculas ou iões) presentes em solução devem
absorver a luz de forma independente entre si;
·
O meio absorvente deve ser homogéneo (solução) e não dispersar a radiação;
·
A radiação incidente deve estar colimada (raios paralelos entre si) e deve
atravessar a mesma distância durante a qual interage com as partículas
existentes em solução;
·
A radiação deve ser monocromática, isto é, ser composta por apenas um
comprimento de onda seleccionado (normalmente, correspondente ao comprimento de
onda para o qual a absorvância da espécie em estudo é máxima);
·
O fluxo da radiação incidente não pode induzir processos que impliquem a
desestabilização dos átomos, moléculas ou iões, como por exemplo excitação
electrónica que dê origem a fenómenos de fluorescência ou fosforescência.
Caso não estejam reunidas estas condições, então verificam-se desvios à
referida lei. Normalmente, verificam-se desvios à lei para concentrações mais
elevadas, pois alguns processos como, por exemplo, a dispersão da luz, são cada
vez mais significativos, pelo que não podem ser ignorados.
Lei de Beer-Lambert
na atmosfera
Esta lei também se aplica para descrever a atenuação da radiação solar ao
passar através da atmosfera. Neste caso há dispersão da radiação além da
absorção. A lei de Beer-Lambert para a atmosfera é expressa por:
Desvios
da Lei de Lambert-Beer
Nem todas as reações colorimétricas seguem a lei de
Lambert-Beer, sendo esta válida para condições restritas, em que:
·
A luz utilizada é aproximadamente monocromática;
·
As soluções a serem analisadas estejam diluídas (baixas
concentrações);
·
Não devem estar presentes na mesma solução mais de uma
substância absorvente de luz;
O aumento da concentração da substância analisada não altera
as características químicas do meio. A principal causa de desvios da lei é a
utilização de soluções concentradas. Essa observação pode ser ilustrada pelo
gráfico da Figura 1.6, no qual o aumento na concentração é acompanhado pelo
aumento crescente e proporcional de A, até um ponto limite. A partir deste ponto
(soluções concentradas), deixa de existir a proporcionalidade linear entre os
valores.
·
Limite de linearidade representa o limite de concentração
para a qual a lei de Lambert-Beer é válida.
·
Para concentrações superiores ao limite de linearidade observado
no desvio da lei de Lambert-Beer, deixa de existir a proporcionalidade linear
entre concentração e absorbância.
·
Limite de linearidade representa o limite de concentração
para a qual a lei de Lambert-Beer é válida.
Para concentrações superiores ao limite de linearidade
observado no desvio da lei de Lambert-Beer, deixa de existir a
proporcionalidade linear entre concentração e absorbância.
Conclusão
Terminada a abordagem, de uma forma resumida,
pôde concluir-se que a lei explica que há uma relação exponencial entre a
transmissão de luz através de uma substância e a concentração da substância,
assim como também entre a transmissão e a longitude do corpo que a luz
atravessa. Se conhecemos l e α, a concentração da substância
pode ser deduzida a partir da quantidade de luz transmitida.
Esta lei dá a relação entre a concentração e
absorção de luz, o que é a base da aplicação da espectroscopia para determinar
a concentração de substâncias em química analítica, tende a não ser válida para
concentrações muito elevadas, especialmente se o material dispersa muito a luz.
Bibliografia
1.
Basic UV/Visible Spectrofotometry: Theory and Practice,
Pharmacia Biotech, (1997) M Human, editor, Cambridge, England.
2.
Manual do espectrofotómetro B382 da Micronal.
3.
www.escolademoz.blogspot.com