Diferentes teorias sobre o imperialismo
Imperialismo
é a prática através da qual, nações poderosas procuram ampliar e manter
controle ou influência sobre povos ou nações mais pobres.
Algumas vezes o imperialismo é
associado somente com a expansão econômica dos países capitalistas; outras
vezes é usado para designar a expansão europeia após 1870. Embora Imperialismo
signifique o mesmo que Colonialismo e os dois termos sejam usados da mesma
forma, devemos fazer a distinção entre um e outro.
Colonialismo
normalmente implica em controle político, envolvendo anexação de território e
perda da soberania.
Imperialismo
se refere, em geral, ao controle e influência que é exercido tanto formal como
informalmente, direta ou indiretamente, política ou economicamente.
As
diferentes teorias
No período de 1880 a 1914, áfrica
foi retalhada e efetivamente ocupada pelas potências industrial e coloniais.
Esta nova condição do continente africano perante a dominação europeia foi
bastante questionário sobretudo pela rapidez e facilidade com que ocorreu a
conquista, usurpação dos territórios e do poder da vasta áfrica, bem como a montagem
dos sistemas administrativos coloniais.
Procurando responder a este grande
fenómeno de partilha de áfrica e da acção imperialista sobre os territórios e
povos africanos, historiadores, especialistas, cientistas sociais e políticos
desenvolveram um conjunto de teorias de natureza diversa, de certa forma
controversas e contraditórias. É assim que, para por termo a esta discursão,
quatro teorias sobre a partilha e o imperialismo são desenvolvidas com vista a
justificar a forma agressiva do processo de ocupação.
As teorias podem ser
classificadas de seguinte forma:
·
A teoria económica de
John Atkinson Hobson;
·
A teoria psicológica,
baseada no eurocentrismo;
·
A teoria diplomática;
·
E a teoria da dimensão
africana.
a)
Teoria
económica de John Atkinson Hobson
Segundo John Atkinson Hobson, o que
determina a conquista e a expansão dos territórios são as razões de natureza
económica, pois isso é que impulsiona a política de partilha, leva o
capitalismo europeu a apoderar – se de novos territórios e, consequentemente,
que tem a decisão final sobre novas conquistas é o poder financeiro.
Vários estudiosos, como Vladmir
Lenine, George Ledebour e Rosa Luxemburgo dedicaram-se a este assunto, mas John
Atkinson Hobson foi considerar o que melhorar explana esta teoria.
Para este “a superprodução, os
excedentes de capital e o subconsumo dos países industrializados levaram – nos
a colocar uma parte crescente dos seus recursos económicos fora da sua esfera
política actual e a aplicar activamente uma estratégia de expansão política com
vista a se apossar de novos territórios (…) ” (Uzoigwe, 1991, p. 44).
Estava aí a “raiz económica” do
imperialismo, embora alguns países sem poder económico considerável tinham
participado na expansão colonial e imperialista.
Esta teoria acredita na supremacia
da raça branca e divide-se em darwinismo social, cristianismo evangélico e
atavismo social.
·
Darwinismo
social
Os europeus, baseando-se na obra de
Darwin A origem das espécies, defendem a existência de raças superior
(evoluídas) e inferiores (não evoluídas).
A submissão da raça inferior (não
evoluídas e, neste caso, negra) á raça superior (evoluída e, neste caso,
branca) é um processo natural, onde o forte domina o fraco na luta pela
sobrevivência.
Para os defensores desta teoria,
este foi um dos principais motivos que, de forma inevitável, precipitou a
corrida para a África e a dominação dos africanos.
·
Cristianismos
evangélico
Esta teoria sustenta que a partilha
de África se deveu a um “ impulso missionário ”, em sentido lato, e humanitário
com o objectivo de “Regenerar ” os povos africanos.
É importante lembrar que foram os
missionários que prepararam o espaço para a conquista imperialista, no caso
concreto da África oriental e central e em Madagáscar, particularmente.
·
Atavismo
social
Segundo o economista Joseph
Schumpeter, o imperialismo é um egoísmo nacional colectivo, impulsionado pelo
desejo natural do Homem de dominar o próximo. É a manifestação de um Estado se
expandir ilimitadamente pela força. O imperialismo é considerado aqui como
sendo de carácter atávico, o que
quer dizer, uma manifestação de uma regressão aos instintos políticos e socais
primitivos do Homem, que, segundo Uzoigwe (1991), talvez se justificassem em
tempos antigos, mas certamente não no mundo moderno em que se dá a colonização.
O que se pode afirmar é que as
teorias psicológicas, embora apresentem algumas verdades, não conseguem
explicar o porquê da partilha de África naquele momento histórico determinado,
onde as sociedades já se confrontavam com princípios baseados nos respeitos
pelos direitos humanos.
As teorias diplomáticas fornecem
explicações puramente políticas das partilhas, constituindo um suporte específico
e concreto às teorias psicológicas. Conforme Uzoigwe (1991), esta teoria
permitem visualizar os egoísmos nacionais dos estados europeus em momentos de
conflitos entre eles ou ainda em conflitos com os outros, agindo em acordo para
se defenderem ou reagindo decisivamente contra as forças dos nacionalismos
africanos.
d)
Teoria
da dimensão Africana
(…) Por um lado, é possível
conceder regiões onde o abandono do comércio de escravos se deu sem choques nem
perda de rendimento e onde as tensões foram controladas. Em caso tais, a
explicação do retalhamento colonial deverá salientar os factores externos, como
as considerações mercantis e as rivalidades anglo- francesas. No outro extremo,
é possível imaginar casos que os chefes indígenas adoptaram atitudes de reacção,
não hesitando em recorrer a métodos predatórios, na tentativa de manter o rendimento em
que os conflitos internos eram pronunciados.
Nesses casos, peso maior deve ser
dado, na análise do imperialismo, às
forças de desintegração activas no seio das sociedades africanas, sem
negligenciar, todavia, os factores externos.
Hodkins, historiador da visão
africanista, desenvolveu a teoria da dimensão africana. Este autor considera
que os factores europeus, assim como os Africanos, terão influenciados a partilha
de Africano e rejeita a ideia de que a partilha era inevitável, como defendem
alguns escritos da história europeia. Hodkins admite que foram essencialmente
os motivos económico que animaram os europeus e que os primeiros focos de
resistência africanas precipitaram a conquista militar efetivas.
Sendo assim, parece de facto que a
teoria de dimensão africana oferece um quadro global e histórico que explana
melhor a teoria sobre o imperialismo, comparando – a com outras três, que se
caracterizam como eurocêntricas.
Os avanços imperialistas na África aconteceram
em grandes incursões violentas, como a Bélgica (apoiada por Holanda e
Inglaterra) na colonização escravagista do Congo. Outro cenário relevante nesse
avanço se deu pela descoberta de diamantes no que é hoje a África do Sul,
levando à colonização inglesa da região.
Toda a partilha africana levou a um cenário de
completa dominação europeia, na qual os países dominantes exerciam seu próprio
modelo capitalista. Apesar de alguns setores produtivos estarem sob o controle
da população local, a influência política e econômica era totalmente exercida
pelas nações europeias, o que terminou em um domínio completo do continente.
No caso asiático, a presença europeia já era
bastante forte desde o século XVII, com a presença da Inglaterra na Índia. Essa
influência cresceu ao ponto de a Coroa Britânica indicar um governador-geral
para a região contando, principalmente, com o enfraquecimento das autoridades
locais.
Já no século XIX, após encontrar a concorrência
forte de nações como Estados Unidos e Japão, a Inglaterra aumenta seu domínio
na Ásia, chegando até mesmo a anexar oficialmente alguns territórios, como Hong
Kong. Após o processo de industrialização japonesa, a nação nipônica se torna
uma grande potência, exercendo sua dominação em territórios da China e da
Coreia.
O processo do Imperialismo ditou boa parte da
organização mundial nos últimos séculos, sendo responsável por grandes conflitos
e desaparecimento de culturas e povos. Até os dias de hoje, as práticas
imperialistas dominam o cenário internacional, repercutindo de maneira intensa
nas relações políticas em diversas partes do globo.
Conclusão
Terminado trabalho, pôde concluir-se que ao
compreender as terias sobre o imperialismo, podemos automaticamente compreender
as dificuldades que certos países têm até os dias atuais. As marcas profundas
deixadas pelo colonialismo se refletem em suas culturas, políticas, economias e
são vistas com clareza nas guerras e massacres causados por diferenças étnicas.
São países ainda, de certa forma, dominados pelas nações poderosas. É a esse
domínio que chamamos Imperialismo.
O Imperialismo chegou
ao seu ponto de saturação no início do século XX, quando as tensões
nacionalistas se tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
é fruto direto dessa saturação.