A Crise do Colonialismo Português
Depois da vitória sobre os portugueses durante o “Nó Górdio” a FRELIMO ganhava cada vez mais força. Todas as colónias começavam a libertar-se do jugo dos portugueses. A pouco e pouco, os movimentos de libertação nacionais das colónias portuguesas faziam o mesmo que os das colónias de outras potências industriais. As colónias tornavam-se independentes.
Mas o colonialismo português já estava
em crise há muito tempo, tal como o regime pesado do Estado Novo. O país estava
mais pobre desde que entrara na guerra colonial, e não eram só os recursos
económicos que rareavam, as pessoas também. A Guerra Colonial viu morrer muitos
portugueses e em cada morto ou doente havia uma família descontente e revoltada
com o regime.
O descontentamento era generalizado.
Até a Igreja deixara de apoiar, ou deixou de não contestar, a atitude do
regimes Paulo VI recebeu, a 1 de Julho de 1970, três líderes de movimentos de
libertação africanos: Marcelino dos Santos, de Moçambique, Agostinho Neto, de
Angola, e Amílcar Cabral, da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Esta notícia caiu como uma bomba em
Portugal. Por um lado, o Governo de Marcello estava contra esta visita e, por
outro, o povo católico começava a cimentar as suas dúvidas em relação ao
regime.
Desde que Marcello Caetano tomou posse
do Governo do Estado Novo notava-se a decadência do regime. Essa decadência
acabou por levar à sua queda. As guerras coloniais já duravam há mais de uma
década e Portugal era, no Início da década de 70, um país pobre, inculto,
atrasado e sem esperança para os jovens, O descontentamento das populações e
dos militares, sobretudo os de baixa e média patentes, levou à queda do regime
em 1974, no 25 de Abril. A crise do colonialismo chegou ao fim e o Governo
Provisório logo se apressou a negociar as descolonizações.
A Independência Nacional
A República Popular de Moçambique
Depois do 25 de Abril de 1974, deixou
de haver Estado Novo para negociar. Por isso, os moçambicanos passaram a ter
como interlocutores os membros do MFA, Movimento das Forças Armadas que havia
ganho a revolução portuguesa. As negociações com o MFA permitiram terminar a
guerra, depois da assinatura dos Acordos de Lusaka.
Samora Machel assinou os Acordos de
Lusaka com os portugueses em 7 de Setembro de 1974, iniciando um processo de edificação
de uma nova sociedade, a moçambicana, onde pela primeira vez os moçambicanos
conduziram por si os seus destinos.
Nesses acordos ficou estabelecido o seguinte:
®
a data de independência de Moçambique
seria 25 de Junho de 1975;
®
iria prontamente (dia 20) entrar
em vigor o Governo de transição;
®
o Governo de transição seria
liderado por Joaquim Chissano.
A independência de Moçambique foi
proclamada, como previsto nos Acordos, no dia 25 de Junho de 1975, por Samora
Machel e a multidão que o rodeava, no Estádio da Machava.
A independência e o seu significado
A independência Nacional significou
para a maioria do povo de Moçambique o início de uma nova era de liberdade, o
fim do sistema colonial português e o nascimento de uma nova nação africana, a
República Popular de Moçambique.
Discurso de Samora Machel na proclamação da Independência
Nacional no dia 25 de Junho de 1975, no Estádio da Machava
Moçambicanas e moçambicanos,
operários e camponeses, trabalhadores das plantações, das serrações e das
concessões, trabalhadores das minas, dos caminhos-de-ferro, dos portos e das
fábricas, intelectuais, funcionários, estudantes, soldados moçambicanos no
exército português, homens, mulheres e jovens, patriotas:
Em vosso nome às zero
horas de hoje, 25 de Junho de 1975, o Comité Central da FRELIMO proclama
solenemente a independência total e completa de Moçambique e a sua constituição
em República Popular de Moçambique.
A República que nasce
e a concretização das aspirações de todos os moçambicanos, e a extensão a todo
o país da liberdade já conquistada durante a luta armada de libertação em algumas
partes do nosso país, é o produto do sacrifício dos combatentes nacionalistas
de todo o Povo Moçambicano e a concretização da nossa vitória.
Conclusão
Terminado trabalho, concluiu-se que as
negociações entre a administração portuguesa, através do MFA, e a FRELIMO
culminaram na assinatura dos Acordos de Lusaka em 7 de Setembro de 1974 na
Tanzânia, com a transferência de soberania para as mãos da organização
moçambicana. No entanto, a situação dos colonos não ficou bem definida,
principalmente no que dizia respeito às suas propriedades, restantes bens e
situação profissional, o que levou a uma insatisfação generalizada entre estes,
dando origem a uma série de levantamentos.
A formalização da independência de Moçambique ficou, finalmente, estabelecida em 25 de Junho de 1975, o 13º aniversário da fundação da FRELIMO.
Bibliografia
® BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique, Lda., Maputo,
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NHAPULO, Telésfero de
Jesus, História 12ª classe, Plural
Editores, Maputo, 2013
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PEREIRA, Luís José
Barbosa, Pré-Universitário 12, 1ª ed., Longman Moçambique Lda., Maputo
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