Método dos quatro passos

 Primeiro passo: descobrir o problema de um público-alvo

É importante entender que todo produto ou serviço resolve um problema e nesse passo você precisa descobrir um problema ou algo que você acredita ser um problema. Isso é chamado de dor. Então você precisa

se perguntar: Qual é a dor do seu cliente? Qual é o problema que você está tentando resolver com o seu

produto ou serviço?

Esse problema, é claro, não diz respeito a todos os públicos, ele só precisa existir em um determinado público-

-alvo. Quando um empreendedor identifica o problema e o público-alvo, ele começa a modelagem do negócio,

sua estruturação em nível inicial.

Para isso, você precisa encontrar uma hipótese de solução, ou seja, o produto ou a proposta de valor que

você oferecerá para resolver o problema do seu público-alvo. Quanto mais próximo você chegar da solução,

maior será sua chance de sucesso.

Segundo passo: testar o problema

Uma vez que você identificou um problema para um determinado público-alvo, você precisa testar esse problema, ou seja, você precisa ver realmente se existem pessoas com esse problema. Você pode, por exemplo, criar um

site, gravar um vídeo, fazer uma pesquisa. Mas você precisa perguntar para as pessoas do seu público-alvo se elas

de fato compartilham desse problema, para confirmar se ele é realmente um problema para esse público-alvo.

Há um exemplo muito interessante desses dois primeiros passos na história do Dropbox. O empreendedor

do Dropbox, a pessoa que o criou, identificou um problema: as pessoas precisavam levar seus arquivos para

qualquer lugar, mas sem seus computadores. Então ele pensou: “Por que eu não crio um serviço que permita

às pessoas transportar seus arquivos para qualquer lugar ou ter acesso a eles em qualquer lugar?”. Então, antes de desenvolver o produto, ele gravou e colocou na internet um vídeo sobre a solução que ele queria criar

e, ao final do vídeo, ele pediu que as pessoas que desejassem ter aquela solução fizessem a inscrição no site

dele. Centenas de milhares de pessoas fizeram a inscrição. Ele descobriu que o negócio realmente resolveria

um problema de milhares de pessoas. Então, ele conseguiu investimento e criou o negócio dele, ou seja, ele

realizou o primeiro e o segundo passo de uma forma muito estruturada e bem-sucedida.

O criador do Dropbox conseguiu validar o problema, mas, muitas vezes, o empreendedor não consegue fazer

isso. Pode acontecer de você fazer a pesquisa e descobrir que as pessoas não compartilham do problema que

você identificou, de você perguntar para as pessoas e elas dizerem que aquele não é um problema real delas.

Então você tem de voltar para achar um novo problema e fazer uma nova hipótese.

Terceiro passo: validar a solução

Será que a solução que você criou resolve o problema que você identificou no seu público-alvo? Para descobrir isso, elabore um protótipo do seu produto ou serviço e apresente-o aos seus clientes em potencial.

A ideia é que eles interajam com a solução que você criou e deem sugestões de melhoria. É assim que você

identifica o potencial do seu negócio, que você melhora o seu negócio e corrige eventuais equívocos. Assim

é feita a validação da solução.

Quarto passo: validar o modelo de receitas

A solução que você criou será comprada pelos seus consumidores? Será que ela está com preço adequado?

Para descobrir, você tem de usar uma técnica para validar o modelo de receitas.

A importância dos quatro passos

Para perceber melhor a importância de validar a ideia utilizando o método dos quatro passos, conheça a

história de um empreendedor que utilizou a consultoria do Sebrae quando teve a ideia de montar uma temakeria delivery no bairro em que morava. O pai dele pretendia investir R$ 250 mil no negócio. 

Esta foi a orientação para ele verificar se sua ideia era uma oportunidade:

1. Descobrir quantos temakis ele conseguiria fazer na cozinha da casa dele: 10 a 15.

2. Fazer um fôlder estruturado e distribuí-lo em dois prédios do bairro, para descobrir se as pessoas queriam

temakis naquela região.

Com os clientes que ligaram, ele conseguiu saber quais eram os produtos mais recorrentes, mais procurados.

Após vários testes com a ajuda do Sebrae, ele identificou uma série de melhorias para o negócio. Por exemplo, ele mudou o mix de produtos e o logotipo da empresa.

Fazer as quatro fases é muito importante para iniciar um negócio com maior chance de acerto. Ainda assim,

tenha em mente que nem sempre você acertará. Os erros também fazem parte do processo, eles sinalizam

que você precisa corrigir rotas.

Empreendedores da vida real

Em 2010, Augusto Aielo não tinha ideia nenhuma do que era empreendedorismo. Ele saiu da empresa em

que trabalhava e abriu sua primeira empresa, chamada RFix Soluções Sustentáveis. Depois de 1 ano e 3

meses dedicando todos os seus esforços, dinheiro, suor e sonhos, ele descobriu que o produto que tinha

criado não era viável.

Ele fez duas tentativas nesse primeiro negócio. Na primeira, ele iniciou o negócio, abriu uma startup; na

segunda, depois que quebrou, ele reformulou o negócio. Vendeu o único bem que tinha, o carro, e injetou o dinheiro na empresa para salvá-la. Depois da reformulação, o negócio começou a dar certo. Augusto focou no cliente, viu o resultado e começou a ser mais específico.

Mas ele teve outra oportunidade e, em novembro de 2014, saiu da RFix, e seu antigo sócio passou a tocar

a empresa sozinho. Augusto começou a se dedicar totalmente a sua nova empresa, a Soul Urbanismo.

Agora, Augusto ensina: “Errar e quebrar faz parte do negócio, é comum, é normal. E o empreendedor

tem de ter consciência de que muita coisa dará errado. Você tem de estar muito forte e ter seu propósito

muito claro para não desistir no meio do caminho, para seguir e alcançar o que quer. Nunca as coisas são

100% como você planeja. Existem mudanças, alterações”.

Próximos passos para empreender

Neste capítulo você verá como materializar oportunidades, onde conseguir dinheiro para levar uma ideia

adiante e como encontrar pessoas ou instituições que possam ajudar a desenvolver o seu negócio.

Depois de avaliar se sua ideia é viável, validá-la e verificar que ela é uma oportunidade, chega a hora de

transformar sua ideia em uma oportunidade real de negócio. Mas, para chegar a esse ponto, você ainda terá

muito caminho pela frente.

O próximo passo será aprender a materializar as oportunidades.

Como conseguir dinheiro

Você não precisa ter muito dinheiro para começar e pode consegui-lo com investidores. A seguir, conheça os

principais meios para conseguir o capital inicial para abrir seu negócio tão sonhado. 

• Poupança pessoal ou familiar: é dessa forma que 80% dos empreendedores começam um negócio.

• Editais públicos: submeter projeto à subvenção por meio de editais públicos funciona muito para negócios inovadores, para as startups. Existem dezenas de editais, públicos e privados, que subvencionam

empreendedores e suas ideias.

• Crowdfunding ou financiamento coletivo: no Brasil, existem alguns sites em que você pode mostrar sua

ideia, seu projeto, seu sonho, para submetê-lo ao crivo não só dos seus amigos e familiares, mas também

da comunidade. Várias pessoas já financiaram seu sonho usando o crowdfunding.

• Linhas de crédito de instituições financeiras: existem várias linhas de crédito, principalmente dos bancos

públicos, que ajudam o empreendedor nos primeiros momentos do negócio.

• Investidor-anjo: esse é o termo utilizado para as pessoas que têm dinheiro guardado e investem esse capital principalmente em negócios inovadores. Trata-se de empresários e executivos que financiam ideias

inovadoras com recursos próprios.

Empreendedores da vida real

Amélia Iwabuchi já conseguiu financiamento para abrir lojas. Para não sacrificar o capital de giro da empresa, ela recorreu a dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O investimento inicial do primeiro negócio de Augusto Aielo veio do dinheiro que ele guardava quando

era funcionário de uma empresa. Em seu segundo negócio, a Soul Urbanismo, ele conseguiu um investidor-anjo depois de quatro meses atuando no mercado.

O investimento inicial da empresa de Ruy da Silva Elentério e seus irmãos foi a poupança pessoal e também um empréstimo familiar. Com controle e uma gestão financeira bem pé no chão, eles conseguiram

manter a empresa sempre com capital próprio.

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