FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA: VERBOS IRREGULARES

 Verbos Irregulares

Prezado/a estudante, não é pela primeira vez que fala do verbo. O que é para si um verbo? Muito bem, retenha a sua resposta e confronte-a com o que segue mais adiante. Porque é que um verbo se chama irregular? As suas respostas são muito importantes para estabelecer a ponte com o que vamos tratar. Juntos tornaremos sólido o seu saber e dissiparemos as penumbras que existirem na sua resposta.

Noções de verbo, tempos e modos verbais

Caro estudante, quando pretende fazer algo, você exprime-o, com palavras apropriadas que revelam o que pretende. Esta revelação é feita no tempo e de uma determinada forma ou maneira, consoante a sua intenção. Nessa sua intenção há palavra que não pode faltar, porque sem ela, nada se pode perceber. Essa palavra poderá mudar consoante o momento que se pretende, as pessoas, animais, plantas ou objectos que deseja serem tomados em consideração. Por exemplo: a nossa intenção é de estarmos na Katembe  no sábado. Pode se expressar desta forma: estaremos na Katembe no sábado. Veja que a intenção é expressa com a palavra estaremos. Se fosse eu sozinho, diria: estarei na Katembe no sábado. Quando retiramos as palavras estaremos e estarei, nos exemplos 1 e 2, as frases perdem os seus sentidos. Estas palavras são os verbos.

 Verbo é uma classe de palavra variável que indica acção, exprime qualidade, estado ou existência de uma pessoa, animal ou coisa e é elemento essencial da frase. Por outras palavras, o verbo é uma palavra que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo.

O verbo varia em tempo, modo, pessoa, número e voz. Ou seja, quando flexionado, o verbo dá-nos, a ideia de tempo (presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito e futuro); de modo (indicativo, conjuntivo, imperativo, condicional e infinitivo); de pessoa gramatical (1a – Eu/Nós; 2a – Tu/Vós; 3a – Ele(a)/Eles(as) do singular ou plural respectivamente); de número gramatical (singular ou plural) e voz em que se encontra (activa ou passiva).

Exemplo: eu estudo a lição; tu estudas a lição; ele estuda a lição; nós estudamos a lição; vós estudais a lição; eles estudam a lição.

Os verbos são classificados quanto à sua transitividade, quanto à sua significação e quanto à sua conjugação. Nesta lição, reservamo-nos apenas a estudar a conjugação.

Quanto a conjugação os verbos classificam-se em regulares e irregulares. Aqui o nosso foco vai para os verbos irregulares.

Verbos irregulares são os verbos que modificam a sua raiz (ou radical) ao longo da sua conjugação. Por outras palavras, aqueles verbos que alteram o seu radical quando enunciado num determinado tempo, modo e pessoa.

O que é raiz ou radical do verbo?

Radical ou raiz do verbo é a parte do verbo que fica quando retirada (ou colocada em evidência) a desinência verbal ou do verbo.


Será que todos sabem onde é isto?

O que é que vem a ser então a desinência do verbo?

A desinência do verbo é a parte do verbo constituída pela última vogal e o “rdo infinitivo do verbo. Para identificar a conjugação pertence o verbo tira-se o “r” ao infinitivo, e a vogal temática determina a conjugação a que pertence. Em português existem três conjugações.

são verbos da primeira conjugação os que têm a vogal temática em “a”;

são verbos da segunda conjugação os têm a vogal temática em “e”;

são verbos da terceira conjugação os que têm vogal temática em “i”.

Agora que solidificou o seu conhecimento sobre o verbo, apresente alguns verbos à sua escolha.

1.3.2 Determinação da raiz ou radical do verbo

Para determinar a raiz ou radical do verbo é retirar a vogal temática e “r” do infinitivo do verbo que constituem a desinência verbal. Tomemos como modelo da determinação da raiz ou radical os verbos pôr, querer e poder

 

 

Infinitivo do verbo

Raiz ou radical

Desinência do verbo

Vogal temática

“r” do infinitivo do verbo

pôr

P?*

o

r

querer

quer

e

r

poder

Pod

e

r

 

* para o verbo pôr quando se coloca em evidência a desinência verbal, fica uma letra (p), o que não constitui a raiz ou radical do verbo. Para estes casos, é preciso conhecer a origem (etimologia) do verbo, para a determinação da sua raiz. O verbo pôr é de origem latina, isto é, provem do latim. No infinitivo pôr em latim é “ponere”, e a desinência latina do verbo é “ere”. A sua raiz é pon. A vogal temática é “e”, por isso o verbo pôr é um verbo da segunda conjugação, de tema em “e”.

 

A raíz pon, por vezes passa a pond, pus, punh, por, ponh.

O verbo querer apresenta a raiz inicial em quer, por vezes passa a quis, querer, quei,

O verbo poder apresenta a raiz inicial em pod, por vezes passa a poss, pud, pôd, poder,

A estas alterações das raízes ou radicais é que faz com que o verbo seja irregular.

Dos verbos que apresentou anteriormente, coloque em evidência a desinência verbal e veja se se trata de um verbo irregular. Caso tenha ficado uma só letra, procure a origem do verbo.

Na língua portuguesa, quase[u1]  a maioria das palavras são provenientes do grego e to latim[u2] .

1.3.3 Conjugação dos verbos pôr, querer e poder (nos tempos do modo indicativo e conjuntivo

Conjugar um verbo é enunciá-lo no tempo, modo e pessoa. O verbo dá-nos, pois, entre outras indicações, a noção do tempo. Há tempos verbais variáveis.

 

Tempos principais

Tempos secundários

Presente

 

 

Passado (Pretérito)

Perfeito

Imperfeito

Mais-que-perfeito

Futuro

 

Estes são os tempos simples; não há aqui referência aos tempos compostos que estudaremos posteriormente.

Além da indicação do tempo, o verbo dá-nos a ideia do modo como é encarada a realização da acção. Por isso o verbo varia também quanto ao modo. Há cinco modos verbais[u3] , mas aqui elucidamos dois: modo indicativo e modo conjuntivo.

Modo indicativo aquele que encara o facto expresso pelo verbo como uma realidade.

Exemplo. [u4] 

 

Modo

tempo

Exemplo

 

 

indicativo

Presente  

 

eu ponho

 

Pretérito

Perfeito

eu pus

imperfeito

eu punha

Mais-que-perfeito

eu pusera

Futuro

 

Eu porei

 

Modo conjuntivo, diz-se que o verbo está no modo conjuntivo, quando o facto expresso pelo verbo é encarado como uma dúvida ou um desejo. Exemplo:[u5] 

 

Modo

Tempo

exemplo

 

Conjuntivo

Presente

eu ponha

Pretérito imperfeito

eu pusesse

Futuro

eu puser

 

Preste atenção aos tempos verbais do modo indicativo e aos do modo conjuntivo, nos exemplos dados. O que nota? A que conclusão chegou?

Certo! O modo conjuntivo apresenta três tempos, enquanto o modo indicativo apresenta cinco tempos. No modo conjuntivo não aparecem os tempos referentes ao pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito. O tempo de pretérito perfeito remete-nos a uma acção acabada, efectivada. O modo conjuntivo remete-nos à uma dúvida ou desejo. Então, uma dúvida acabada, é uma dúvida esclarecida; e um desejo já satisfeito, não constitui desejo. Razão pela qual não se conjuga no pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo.

 

 

 

 

Quadro de conjugação

Tempos verbais

Modos verbais

Pôr

Querer

Poder

 

indicativo

conjuntivo

indicativo

conjuntivo

indicativo

conjuntivo

Presente

eu ponho

tu pões

ele(a) põe[u6] 

nós pomos

vós pusestes

eles(as) puseram[u7] 

eu ponha

tu ponhas

ele(a) ponha

nós ponhamos

vós ponhais

eles(as) ponham

eu quero

tu queres

ele(a) quer

nós queremos

vós quereis

eles(as) querem

eu queira

tu queiras

ele(a) queira

nós queiramos

vós queirais

eles(as) queiram

eu posso

tu podes

ele(a) pode

nós podemos

vós podeis

eles podem

eu possa

tu possas

ele(a) possa

nós possamos

vós possais

eles(as) possam

Pretérito perfeito

eu pus

tu puseste

ele(a) pôs

nós pusemos

vós pusestes

eles puseram

 

eu quis

tu quiseste

ele(a) quis

nós quisemos

vós quisestes

eles quiseram

 

eu pude

tu pudeste

ele(a) pôde

nós pudemos

vós pudestes

eles puderam

 

Pretérito imperfeito

eu punha

tu punhas

ele(a) punha

nós púnhamos

vós púnheis

eles punham

eu pusesse

tu pusesses

ele(a) pusesse

nós puséssemos

vós pusésseis

eles pusessem

eu queria

tu querias

ele(a) queria

nós queríamos

vós queríeis

eles queriam

eu quisesse

tu quisesses

ele(a) quisesse

nós quiséssemos

vós quisésseis

eles quisessem

eu podia

tu podias

ele(a) podia

nós podíamos

vós podíeis

eles podiam

eu pudesse

tu pudesses

ele pudesse

nós pudéssemos

vós pudésseis

eles pudessem

Pretérito mai-que-perfeito

eu pusera

tu puseras

ele(a) pusera

nós puséramos

vós puséreis

eles puseram

 

eu quisera

tu quiseras

ele(a) quisera

nós quiséramos

vós quiséreis

eles quiseram

 

eu pudera

tu puderas

ele(a) pudera

nós pudéramos

vós pudéreis

eles puderam

 

Futuro

eu porei

tu porás

ele(a) porá

nós poremos

vós poreis

eles(as) porão

eu puser

tu puseres

ele(a) puser

nós pusermos

vós puserdes

eles puserem

eu quererei

tu quererás

ele(a) quererá

nós quereremos

vós querereis

eles quererão

eu quiser

tu quiseres

ele(a) quiser

nós quisermos

vós quiserdes

eles quiserem

eu poderei

tu poderás

ele poderá

nós poderemos

vós podeis

eles poderão

eu puder

tu puderes

ele(a) puder

nós pudermos

vós puderdes

eles puderem



o que pretende informar?

É uma abordagem não consensual. Estudiosos há que consideram existirem apenas 3 modos

Sugiro que se façam frases.

Sugiro que se façam frases.

Incluir o pronome você

 Incluir o pronome vocês

 

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