As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas
As formas de
exploração económica: o papel das companhias monopolistas
As potências europeias para melhor explorarem as suas
colónias adoptaram o sistema do uso de companhias. Leia com muita atenção para
melhor compreender como isso foi possível.
Instalada a administração colonial em África passou-se a
fase seguinte: o aproveitamento dos espaços, a exploração da riqueza e a
utilização da mão-de-obra africana nos projectos coloniais.
A fase mais avançada do capitalismo fez-se sentir em
África pelo domínio de poderosos grupos económicos que dirigiam as companhias
monopolistas - sociedades que detinham o monopólio de certos produtos, tinham
muito dinheiro e pretendiam investir para aumentar seus lucros.
Os governos europeus usaram as companhias monopolistas
para explorar as suas colónias. Por este sistema, as companhias privadas eram
concedidas partes de territórios africanos para explorar seus próprios recursos
em nome das potências colonizadoras. Deste modo, as companhias contribuíram
para a estabilização do sistema colonial porque asseguravam a pacificação nos
seus domínios e ao mesmo tempo exploravam os recursos minerais e a força de
trabalho. Esta foi uma tentativa de os europeus explorarem de forma barata o
continente africano.
As
particularidades do colonialismo português: caso de Moçambique
Portugal não tinha o mesmo nível de desenvolvimento
económico em relação as outras potências. Então, como é que conseguiu
administrar todas as colónias por si ocupadas? Você está interessado em saber
como isto aconteceu! Muito bem, preste atenção.
Portugal não acompanhou o crescimento económico tal como
outras potências europeias. Nos finais do século XIX e princípios do século XX,
Portugal aproveitou as ambições e rivalidades das principais potências
imperialistas para se aliar e fazer acordos através dos quais recebia grandes
apoios.
Portugal, país de fraco poder económico, não conseguiu
ocupar e administrar Moçambique sozinho. Por isso, acabou por conceder poderes
a algumas companhias majestáticas/monopolistas de outras super potências.Em
Moçambique existiram dois tipos de companhias a saber:
Companhias majestáticas que gozavam de muitos poderes nos territórios arrendados, pois cobravam impostos, recrutavam a mão-de-obra, faziam a manutenção da defesa e segurança no território e desenvolviam actividades económicas. São exemplos a companhia de Moçambique e a companhia de Niassa.
Companhia arrendatária - tinha poderes reduzidos nos territórios arrendados, apenas exerciam actividades económicas. Estas aceleravam a ocupação efectiva e por outro lado, Portugal esperava ver seu território desenvolvido no final do contrato. Exemplo: a companhia do Zambeze.
Em Moçambique, a penetração colonial, na sua maior parte,
foi feita através do uso das companhias, as quais ocupavam 2/3 do território
Moçambicano. Portugal país de fraco poder económico não conseguia sozinho
administrar um território tão vasto como Moçambique. Assim, entre 1891/2 deu
aos capitalistas belgas, portugueses, ingleses, franceses e alemães alguma
parte de Moçambique que compreende as regiões entreos rios Zambeze e Save –
companhia Majestática de Moçambique (Manica e Sofala), companhia Majestática do
Niassa (Niassa e Cabo Delgado) e a companhia de Zambézia (Tete e Zambézia).
Nampula, Gaza, Inhambane e Maputo, foram territórios directamente administrados
por Portugal, isto é, montou a administração directa.
E mais na região Sul de Moçambique, o particularismo
português consistiu no capital agrícola e mineiro sul-africano sustentando a
sua economia através da venda da força de trabalho para a África do Sul, da
qual obtinha ganhos, não só no processo de venda, como também, através da
cobrança de impostos.