Os Países Africanos Rumo à Independência

O Caso de Gana

Os países africanos colonizados pelos europeus conquistaram a independência no século XX, mas em diferentes anos.

O Gana serve de paradigma para explicar o caminho dos países africanos rumo à independência.

 

Motivos para Gana ter como exemplo no caminho da independência

Economias europeias fracas

As fronteiras eram artificiais e limitavam quatro regiões étnicas e administrativamente individualizadas

Diversidade social

As regiões tinham diferentes grupos religiosos, linguísticos e sociais (grandes proprietários burguesia mercantil, profissionais liberais, proletariado urbano e da mineração).

Multipartidarismo

Os partidos políticos eram de tendências conservadoras e outros de tendência moderadas liberais-democráticas.

 

Acção de J. B. Danquah e a Convenção Unitária da Costa do Ouro (United Gold Coasr Convention – UGCC)

No Gana, os opositores do colonialismo acentuaram as suas acções de luta depois de regressarem de guerras de independência noutras colónias (Índia e Birmânia, etc.), onde foram obrigados a defender a metrópole. Alguns combates reivindicavam também a independência para África.

Foi assim que, em 1947, J. B. Danquah fundou o partido United Gold Coast Convection, UGCC, cujo secretário era Francis Kwame Nkrumah.

A UCGCC tomou várias iniciativas para quebrar os laços de dependências face à metrópole. Entre essas acções, destacam-se as seguintes:

·         Em 1948, a UGCC ourganizou um boicote aos produtos europeus a fim de baixar os preços;

·         Organizou marchas pacíficas sobre o palácio do governador. O objectivo destas manifestações era a introdução de reformas na liderança constitucional.

Francis Kwame Nkrumah – foi um dos grandes mentores da independência ganesa. Aqui representado na capa da revista americana Time como tributo à sua coragem e sabedoria.

Joseph Boakye Danquah – era um aristocrata de nascimento e advogado de formação académica.

O governo colonial, através de uma comissão de inquérito, verificou a realidade e a gravidade do ressentimento popular promovido pela UGCC. E concluiu que a autonomia política (self-government) era imprescindível para a colónia ganesa. Esta foi provavelmente a maior vitória da UGCC, a de mostrar à metrópole que era necessário mudar a sua política nesta colónia.

A Grã-Bretanha criou uma comissão de reforma constitucional sob a presidência de um magistrado africano, J. H. Coussy. Mas, meses depois, a mesma metrópole chumbou a proposta da comissão de que o poder executivo fosse responsável perante o legislativo.

O Papel de Kwame Nkrumah no processo da independência

Kwame Nkrumah foi um líder fundamental para o processo da independência do Gana. A sua formação académica é da influência americana e britânica, no entanto o seu círculo de amigos aproxima-se mais do marxismo e trotskismo.

Kwame Nkrumah (1909-1972) no início foi um líder libertador do Gana, mas o seu governo já independentemente assumiu uma face totalitário, com muita corrupção e um culto do chefe elevado. E 1966, o seu Governo foi derrubado e Nkrumah exilou-se na Guiné-Conacri.

Inicialmente, começou por fundar a UGCC, mais tarde chamou as mulheres para a luta política e depois os sindicatos.

Mas a luta ideológica com a metrópole agudiza-se e forma o CPP (Convenção do Partido Popular), onde estão representados vários grupos políticos, agricultores, jovens e sindicalistas descontentes.

Depois de várias acções de protesto (graves e desordens), Nkrumah chegou a ser preso. Mas em 1952 conseguiu ser eleito primeiro-ministro.

Durante séculos, os europeus dominaram o continente africano, […] Mas devemos agora estar preparados para enterrar o passado […]. Tudo o que pedimos às potências coloniais é a sua boa vontade e cooperação para remediar os erros e injustiças passados e passados e para conceder independência às suas colónias africanas.

Conclusão

Terminado trabalho, tendo feito a compilação de matéria suficiente para a realização do trabalho, concluiu-se que o ideal de independência dos países colonizados na África transformou-se um movimento de massa. A África mergulhou em grito por liberdade política, ao passo que enfrentavam a dependência econômica. Tais movimentos ocorreram por meio da guerra ou por meio da independência gradual comandada pelas metrópoles, ao transferirem o poder para as elites locais.

Deste modo em 1868, o Reino Unido converteu-se na principal influência na "Costa do Ouro", como foi conhecida Gana. Em 1948, após a fortificação dos movimentos pró-independência, Kwame Nkrumah, forma seu próprio partido: o People´s Party (CPP), com o lema "o auto-governo agora". Em 1951, Nkumah ganha as eleições e em 1957 Gana conquista sua independência, o que deu a Nkrumah a alcunha de Osagyefo (significado: líder vitorioso), sendo empossado como primeiro-ministro, procurando ajuda no bloco comunista. Em 1962 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz, e em 1966 Nkrumah fora deposto do seu governo por um golpe militar. Embora isso, é certo afirmar que a acção do Kwame Nkrumah na independência do Gana fica marada pela capacidade que teve um motivar toda a sociedade contra o colonizador.

 

Bibliografia

Ø  NHAMPURO, Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª classe, Plural Editores, Maputo, 2016

Ø  DAVIDSON, A.B. et all. Política e nacionalismo nas Áfricas central e meridional, 1919 -1935. In: BOAHEN, A. Adu. História Geral da África VII. A África sob dominação colonial, 1880-1935. Ática/Unesco, Paris

Ø  www.aulasdemoz.com

 

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