O Período do colonialismo português (1930-1962)

Na historiografia moçambicana, o período 1930 a 1961/2 é considerado como o período áureo.

Após a implantação da República em Portugal em 1910, agravou-se o clima político, económico, social e militar. As dificuldades eram constantes. Esta situação arrastou o Portugal para o golpe de estado encetado pelo general Gomes da Costa em 28 de Maio de 1926. Assim convidando Salazar para ministros das finanças em 1928, e em 1930, foi nomeado ministro das colónias, em 1932 foi eleito como primeiro-ministro para a presidência de Conselho de Ministros, cargo que ocupou até 1968 assim marcando um novo período na história de Moçambique – O colonial-fascismo.

O estado novo edificado por Salazar, foi essencialmente, um modelo de estado corporativista, conservador, colonialista e repressivo. Só com a crise colonial colocada abertamente no início dos anos 70 é que se lançavam as bases para implantação democrática em Portugal.

Mas até a liberdade Salazar instalou um Governo de compromisso e arbitragem, estabeleceu alianças com a burguesia fr4aca mas em ascensão e os grandes proprietários fundiários bem estabelecidos. As razoes desta aliança estão nos grandes objectivos do governo de Salazar que assentara, no desenvolvimento de uma forte componente agrária. Foi assim que se consolidou a Burguesia portuguesa e que se permitiu a Portugal acumular algum capital. Mas a grande ameaça que Salazar promoveu foi colocar Moçambique e outras colónias portuguesas no último ao serviço dos interesses metropolitanos (nacionalismo de Salazar).

Com o estado novo, houve uma centralização no controle das colónias e estas passaram a estar sempre ao dispor do estado.

Período do colonialismo português em Moçambique durante o estado novo e principais actividades coloniais

DATAS

DESCRIÇÃO GERAL

1930-1937

Reforço do colonialismo

1938-1944

Reestruturação da sociedade moçambicana

1945-1961

Contestação dos moçambicanos em relação a situação colonial.

 

A conjuntura política e económica e os marcos de viragem

A partir do momento que Salazar integrou o Governo de Portugal, houve uma viragem política e económica em relação a todas as colónias, sobretudo Moçambique.

 

O nacionalismo económico de Salazar: características gerais

Toda a política colonial do período do Estado Novo estava orientada para colocar ao serviço da economia da metrópole a economizadas colónias. Moçambique era uma das mais ricas colónias de Portugal e as suas matérias-primas e as suas gentes foram incorporadas no sistema económico-financeiro português. Essa era a visão do nacionalismo económico de Salazar.

As causas do nacionalismo económico foram, essencialmente, as seguintes:

·         Acabar com o caos administrativo e económico que se vivia em Portugal e nas colónias;

·         Acabar com o domínio do capital estrangeiro não-português, sobretudo com a hegemonia inglesa;

·         Necessidade de obrigar as colónias ao fornecimento das matérias-primas e ao consumo de produtos portugueses.

Esta nova política era baseada num forte proteccionismo económico e num aproveitamento dos recursos das colónias. Salazar pôs fim às concessões das companhias, legislou profundamente sobre comércio colonial, forçou o trabalho de determinadas culturas, tudo sentido de proteger o império ultramarino.

 

Para acabar com o caos administrativo e o domínio do capital estrangeiro não português, o Estado Novo adoptou uma política centralizada em torno do Ministério das Colónias, interrompendo a política de autonomia que se vinha verificando desde 1914. Foi assim que a Companhia do Niassa não viu renovada a sua carta concessionária em 1929. Em 1942 foi a vez da Companhia de Moçambique.

Com a cessação dos poderes majestáticos da Companhia de Moçambique, assiste-se à unificação de todo o território, que passa a estar sujeito às mesmas leis e aos mesmos interesses coloniais, no quadro da política nacionalista de Salazar. Restaurava-se a ideia de um Império Colonial

 

Português em que as colónias eram parte integrante de Portugal.

Nas colónias, o nacionalismo salazarista encontrou expressão legal fundamentalmente em dois documentos:

·         Acto Colonial;

·         Carta orgânica do Império Colonial Português (1930).

Conclusão

No presente trabalho, concluímos que o homem forte deste regime em Portugal foi o Dr. António de Oliveira Salazar, nomeado ministro das finanças em 1928. Em 1932, Salazar torna-se presidente do conselho de ministros, lugar que iria ocupar durante quarenta anos.

Vimos também que o período de 1930-1960 foi marcado por uma importante viragem no sistema de governação de Portugal. Instalou-se em Portugal uma ditadura fascista dirigida por António Oliveira Salazar, acentuado pela crise económica mundial dos anos 30, seguida da segunda guerra mundial. Devidos as características do próprio fascismo, o fanatismo e o nacionalismo exacerbados, o governo português passou a sofrer a mesma influência, alterando completamente o quadro de relacionamento entre a metrópole e as suas colónias.

 

Bibliografia

·         Autor: Telésfero de Jesus Nhapulo

·         Título: História 12ª classe

·         Editora: Plural Editores

·         Local: Maputo

·         Ano: 2013

 

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