Alterações na política colonial

A política do Estado Novo visava favorecer a burguesia metropolitana portuguesa. Face a isso, no período da II Guerra Mundial e após a guerra, Portugal encontrou nas colónias um terreno fértil para os seus investimentos, numa altura em que vivia um período de relativa estabilidade devido em parte à acumulação de reservas públicas e ao afluxo de matérias-primas provenientes das colónias.

O crescimento da população colona

Assim, começaram a surgir grandes monopolistas portugueses que estudavam as possibilidades de canalizar investimentos para as colónias como forma de rentabilizar os seus investimentos. A industrialização de Portugal levou a uma rápida proletarização de uma massa enorme de camponeses portugueses que, permanecendo em Portugal sem emprego, constituíam uma camada potencialmente perigosa para a estabilidade social e política. Assim, o Governo procurou canalizar esta massa para as colónias onde se converteriam numa camada leal ao Governo, não só no desenvolvimento económico das colónias, como na manutenção da autoridade colonial.

A vaga de povoamento colono pelo Estado foi incrementada no período entre 1945 e 1960, quando a li Guerra terminou e o clima económico mundial começou a florescer. Nessa altura começou uma verdadeira campanha de montagem de colonatos.

Colonatos

Em Moçambique colonial, o colonato consistiu em aldeias construídas por colonos portugueses em regiões rurais, com apoio do governo colonial, com vista à ocupação efetiva do território, através do desenvolvimento agrícola e rural.

O termo também se aplica às colônias ou assentamentos de judeus estabelecidos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em outros territórios ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967).

Os colonatos eram locais ou regiões de ordenamento e fixação dos colonos europeus. Podiam ser propriedades rurais ou aldeias inteiras constituídas por uma população branca portuguesa, com o objectivo de absorver a massa proletarizada em Portugal. Nestas propriedades cada família portuguesa tinha direito a 25 ha de terrenos para cultivo e 25 ha para pastos.

A presença colona foi precedida da expulsão de camponeses africanos das suas terras. Em alguns locais ou regiões eram admitidos os africanos como trabalhadores do colonato com o pretexto de lhes virem a ser ensinados os hábitos portugueses de trabalho rural.

Os colonatos desenvolveram-se, fundamentalmente, em áreas agrícolas de grande fertilidade, nos principais vales fluviais, como os do Limpopo e Revué, e nas terras altas de Lichinga e Montepuez.

Exemplos de colonatos:

·         Colonato do Limpopo (Gaza);

·         Colonato de Revué e Sussundenga (Manica);

·         Colonato de Nova Madeira (Niassa).

 

O Sul de Moçambique e os Colonatos

No sul de Moçambique, se procurava ligar a possibilidade de escoamento da produção agrícola, partindo dos acordos do tráfego com a África do Sul. Aproveitava as vias férias para responder os interesses portugueses em Moçambique, em que, posteriormente, foi uma das bases para o desenvolvimento econômico do governo pós-independência. Entretanto, a colonização do sul de Moçambique foi ainda caracterizada por uma maior presença de colonos nos setores de serviços (administração pública, portos e caminho de ferro) e na agricultura.

Pequenos agricultores instalaram-se depois dos anos 1930 nas periferias das cidades, principalmente de Lourenço Marques (atual Maputo - nos vales dos rios Incomati e Umbelúzi e em Moamba) e de João ¡lelo (atual Xai-Xai - no vale do rio Limpopo e na Macia), concentrando-se na produção de produtos frescos e na criação de bovinos (em regime extensivo em propriedades de milhares de hectares). As grandes explorações agrícolas neste período resumem se às plantações de citrinos ao arredorda capital e de açúcar no vale do rio Incomati (em Xinavane e Macic). Também, houve a cultura do algodão, produzido em pequenos e médios lotes por colonos individuais, assim como produziam arroz no vale do Limpopo


Conclusão

Terminado o trabalho conclui que com o número populacional elevado, Portugal viu a necessidade de implementar uma estratégia com vista a reforçar o processo de acumulação de capital, isso durante a época da II Guerra Mundial. Essa acumulação foi feita essencialmente pela burguesia. Com esse capital disponível, e alguma ajuda externa, Portugal lançou planos de fomento a 5 anos um pouco por todo o território ultramarino.


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