Alterações na política colonial
A política do Estado Novo visava favorecer a burguesia metropolitana portuguesa. Face a isso, no período da II Guerra Mundial e após a guerra, Portugal encontrou nas colónias um terreno fértil para os seus investimentos, numa altura em que vivia um período de relativa estabilidade devido em parte à acumulação de reservas públicas e ao afluxo de matérias-primas provenientes das colónias.
O crescimento da população colona
Assim, começaram a surgir grandes monopolistas
portugueses que estudavam as possibilidades de canalizar investimentos para as
colónias como forma de rentabilizar os seus investimentos. A industrialização
de Portugal levou a uma rápida proletarização de uma massa enorme de camponeses
portugueses que, permanecendo em Portugal sem emprego, constituíam uma camada
potencialmente perigosa para a estabilidade social e política. Assim, o Governo
procurou canalizar esta massa para as colónias onde se converteriam numa camada
leal ao Governo, não só no desenvolvimento económico das colónias, como na
manutenção da autoridade colonial.
Colonatos
Em Moçambique colonial, o colonato consistiu em
aldeias construídas por colonos portugueses em regiões rurais, com apoio do
governo colonial, com vista à ocupação efetiva do território, através do
desenvolvimento agrícola e rural.
O termo também se aplica às colônias ou assentamentos
de judeus estabelecidos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em outros
territórios ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967).
Os colonatos eram locais ou regiões de ordenamento e
fixação dos colonos europeus. Podiam ser propriedades rurais ou aldeias inteiras
constituídas por uma população branca portuguesa, com o objectivo de absorver a
massa proletarizada em Portugal. Nestas propriedades cada família portuguesa
tinha direito a 25 ha de terrenos para cultivo e 25 ha para pastos.
A presença colona foi precedida da expulsão de
camponeses africanos das suas terras. Em alguns locais ou regiões eram admitidos
os africanos como trabalhadores do colonato com o pretexto de lhes virem a ser
ensinados os hábitos portugueses de trabalho rural.
Os colonatos desenvolveram-se, fundamentalmente, em
áreas agrícolas de grande fertilidade, nos principais vales fluviais, como os
do Limpopo e Revué, e nas terras altas de Lichinga e Montepuez.
Exemplos de colonatos:
·
Colonato
do Limpopo (Gaza);
·
Colonato
de Revué e Sussundenga (Manica);
·
Colonato
de Nova Madeira (Niassa).
O Sul de Moçambique e os Colonatos
No sul de Moçambique, se procurava ligar a
possibilidade de escoamento da produção agrícola, partindo dos acordos do
tráfego com a África do Sul. Aproveitava as vias férias para responder os
interesses portugueses em Moçambique, em que, posteriormente, foi uma das bases
para o desenvolvimento econômico do governo pós-independência. Entretanto, a
colonização do sul de Moçambique foi ainda caracterizada por uma maior presença
de colonos nos setores de serviços (administração pública, portos e caminho de
ferro) e na agricultura.
Pequenos agricultores instalaram-se depois dos anos
1930 nas periferias das cidades, principalmente de Lourenço Marques (atual
Maputo - nos vales dos rios Incomati e Umbelúzi e em Moamba) e de João ¡lelo
(atual Xai-Xai - no vale do rio Limpopo e na Macia), concentrando-se na
produção de produtos frescos e na criação de bovinos (em regime extensivo em
propriedades de milhares de hectares). As grandes explorações agrícolas neste
período resumem se às plantações de citrinos ao arredorda capital e de açúcar
no vale do rio Incomati (em Xinavane e Macic). Também, houve a cultura do
algodão, produzido em pequenos e médios lotes por colonos individuais, assim
como produziam arroz no vale do Limpopo
Conclusão
Terminado o trabalho conclui que com o número
populacional elevado, Portugal viu a necessidade de implementar uma estratégia
com vista a reforçar o processo de acumulação de capital, isso durante a época
da II Guerra Mundial. Essa acumulação foi feita essencialmente pela burguesia.
Com esse capital disponível, e alguma ajuda externa, Portugal lançou planos de
fomento a 5 anos um pouco por todo o território ultramarino.