A Itália depois da 1ª Guerra Mundial
Quando a Primeira Guerra terminou, a Itália estava do lado dos vencedores. Mas, de tudo aquilo que ela pensava receber da partilha, depois de ter derrotado a Alemanha e a Áustria, a maior parte ficou com a França ou com a Inglaterra.
Em outras palavras, para a Itália a guerra foi um mal negócio. Embora, de
modo geral, os lucros de algumas indústrias, como a Fiat e a Ansaldo, tivessem
crescido com a guerra, a maioria delas não conseguiu ganhar muita coisa, razão
pela qual os salários dos operários foram diminuídos.
Automaticamente, a situação dos trabalhadores italianos foi ficando cada
vez pior. Itália, havia uma grande quantidade de partidos políticos. Um dos
mais fortes era o Partido Socialista Italiano que fazia propagandas através de
seu órgão oficial, chamado Avanti. O Partido Socialista crescia e organizava
greves, a fim de protestar contra a situação de penúria em que se encontrava o
operariado depois da guerra.
De uma divisão do Partido Socialista surgiu o Partido Comunista Italiano
que, de certa forma, fazia a mesma coisa que o Socialista: orientava os
operários para que reivindicassem melhores condições salariais e de vida. Como
na Itália o regime político era uma monarquia parlamentar, os Partidos
Comunista e Socialista conseguiram fazer eleger vários deputados para o
parlamento. Ao mesmo tempo, um antigo militante socialista, mudando
radicalmente de posição política, fundou um partido de extrema direita.
O partido chamava-se Partido Fascista, e seu líder, Benito Mussolini.
Pregando a ordem e a lei esse partido recebia adeptos dos setores
mal-informados dos trabalhadores e da pequena burguesia. Mas recebia apoio
principalmente da grande burguesia italiana, como veremos adiante. Aos poucos,
os movimentos grevistas alastraram-se por toda a Itália. Só na região norte, no
ano de 1922, houve tomadas de fábricas e mais de 500 mil elementos em greve.
Com o fortalecimento da Revolução Russa, os operários se animaram ainda
mais. A burguesia italiana, ficando assustada diante da possibilidade da Itália
se transformar num outro Estado socialista, precisava fazer alguma coisa, pois
o governo liberal do primeiro-ministro Giulitti não tomava as devidas
providências. Assim é que a burguesia italiana ficou satisfeita com Mussolini e
seu Partido Fascista. Não só a burguesia ficou satisfeita, mas também elementos
ligados ao rei Vitor Emanuel III e aos altos escalões do exército.
O Fascismo como Solução para
a Grande Burguesia.
O processo de agitação política e os movimentos operários deixavam a grande
burguesia italiana apavorada. Ao mesmo tempo, a classe média também temia
perder suas pequenas propriedades com o movimento socialista. Os operários,
sentindo-se cada vez em piores condições de vida, liderados pelos partidos
Socialista e Comunista, faziam greves e exigiam melhores condições de vida. As
grandes empresas, como a Fiat e as Usinas Arnaldo, exigiam do governo, cada vez
mais, que se controlasse a situação, coisa que não estava ocorrendo. A
plataforma política de Benito Mussolini e de seu Partido Fascista atendia aos
anseios dessa grande burguesia industrial, que passou a apoiar e a financiar
suas atividades.
Isso porque Mussolini prometia restaurar a ordem, utilizando a força,
reprimir o movimento socialista e o comunista e pôr todos a trabalhar
novamente. Utilizando um discurso bastante confuso ia cada vez mais adquirindo
adeptos no meio da pequena burguesia e dos desocupados. Formou um verdadeiro
exército particular, que utilizava para dissolver as manifestações socialistas
e comunistas. Elementos como Agneli, presidente da Fiar, e os grandes
proprietários acompanhavam com simpatia as atividades do Partido Fascista
contra os operários. E esperavam, também, ver em breve os fascistas no poder.
Através de eleições, o partido fascista não conseguia tomar o poder.