As Missões Geográficas dos Séculos XVIII e XIX
As Missões Geográficas Dos Séculos XVIII e XIX
Século XVIII foi considerado o século da exploração dos
oceanos, da elaboração do material cartográfico, das ciências
físicas e naturais e das ciências do homem.
Destacam-se as três viagens de Cook e a expedição de La
Perousse no Oceano Pacífico foram consideradas de carácter
científico.
No século XIX realizaram-se expedições para exploração ou
penetração no interior dos continentes, etapa decisiva para o
conhecimento geográfico da terra. Foram contemporâneas a
Revolução Industrial.
Causas das Expedições do Eéculo XIX:
A Revolução Industrial que permitiu o desenvolvimento dos
transportes mas necessitava de matérias-primas.
Imperialismo
Desenvolvimento da ciência e da técnica
Excedentes populacionais
Em 1909 o americano Pearcy chega ao Pólo Norte e o norueguês
Amundsen em 1911 chega ao Pólo Sul.
Estas expedições e explorações são contemporâneas da Revolução
Industrial, a máquina a vapor não só dá origem ao desenvolvimento dos
meios de transporte como também exige uma procura de matérias-primas.
Em 1859 Darwin cria a Teoria do Evolucinismo baseada na evolução dos
seres a partir de formas simples.
Kant (1724- 1804) – assegura à ciência geográfica, bases dentro da
estrutura da filosofia da ciência contemporânea. Apresenta a divisão das
ciências em:
Ciências sistemáticas ou nomotéticas – Estudam as categorias
dos fenómenos como a Botânica, Geologia, Física; poderiam
estabelecer leis gerais.
Ciências geográficas – Descrevem, sistematizam e classificam os
fenómenos ocorridos no espaço.
Para ele a geografia era uma ciência ideográfica, uma ciência descritiva
que não poderia aspirar a formular leis gerais. Teria uma posição
subsidiária da História.
Consequências: desenvolvimento cartográfico e técnico, expansão para
novos territórios, partilha do mundo, colonização.
A geografia na Época Contemporânea
A geografia deixou de ser uma obra de erudição ao serviço da História, uma enumeração mais ou menos ordenada de montanhas, rios ou cidades, para entrar no caminho da procura científica, não se limitando só a descrever, mas também a raciocinar e a explicar. Quais teriam sido as razões que contribuíram para esta nova fase? Entre as várias causas destaca-se:
progresso da Cartografia;
Esforço de Humboldt e Ritter, fundadores da Geografia Moderna;
As explorações continentais.
A cartografia beneficiou das medidas geodésicas, que permitiram o
estabelecimento da primeira carta de grande escala – carta topográfica.
A fotografia aérea torna-se um grande auxiliar para as operações de
nivelamento, quer nas altas montanhas quer nas planícies.
Alexandre Von Humboldt (1769 – 1859): Foi um sábio, naturalista e
viajante com notável sentido de observação. A sua obra mais conhecida
Cosmo descreve o Universo, o globo terrestre, na sua forma, densidade,
estrutura, vulcanismo, etc. Estuda os fenómenos climáticos, botânicos,
não separadamente, mas nas suas relações recíprocas, na sua repartição,
i.e., segundo o princípio da coordenação que é a base da procura
científica. Põe as ciências naturais ao serviço da Geografia.
Karl Ritter (1779 – 1859 ): Com a sua notável cultura histórica e
filosófica, põe a História ao serviço da Geografia. Escreveu “A Ciência
Comparada da Terra e a Geografia”, onde se preocupou com as relações
do homem com o solo e a influência das condições naturais sobre o
desenvolvimento das sociedades.
A Geografia utiliza os resultados das ciências da Natureza (grande
contribuição de Humboldt) e das ciências humanas (grande contribuição
de Ritter) fazendo apelo aos dados da Geologia, Botânica, Meteorologia,
História, Estatística e outras. Criam-se em vários países Sociedades de
Geografia que tornam popular este novo ramo do saber humano. O
valioso contributo de Humboldt e Ritter não foi suficiente para levar a
Geografia a ascender a categoria de ciência autónoma. Isso só viria a
acontecer com a institucionalização da Geografia (por volta de 1870).