A geografia na idade média (do séc. V ao XIV)
Vejamos o que aconteceu na Europa
Com o declínio do Império Romano do Ocidente, as sucessivas invasões
inimigas, a desagregação do território, instalou-se um clima de grande
instabilidade política, económica e social. A igreja aproveitando-se da
situação toma o poder.
A religião sobrepõe-se á ciência, as respostas às perguntas passaram a ser
dadas através da Igreja, da religião e da Bíblia. A cartografia na idade
Média revela a influência dos conhecimentos geográficos bíblicos e o
desconhecimento do mundo real. Portanto, a Idade Média foi para a
Geografia um período de estagnação ou mesmo recuo:
Mapas circulares com caracteres teológicos: Jerusalém a cidade
santa, considerava-se o centro do mundo e ocupava o centro do
mapa e o paraíso a parte superior; mapas de T em O;
Conceito de terra plana, ela é representada por um disco
circundado de água.
mar Mediterrânico ocupa uma posição meridional;
Existência de três continentes – Ásia, Europa e África separados
por água.
Mas Três factos importantes que merecem referência nesta época:
Expedições escandinavas ao Atlântico Norte no ano 1000, 1ª etapa
para chegar a América;
Viagens de Marco Polo (autor do Livro das Maravilhas) e de outros
mercadores e missionários que visitaram a China e a Índia deram a
conhecer a Europa novas regiões, seus habitantes e suas riquezas;
Conhecimentos geográficos dos Árabes e as suas peregrinações,
assistiu-se assim a um período de desenvolvimento do conhecimento
de muitos lugares. Com os árabes a actividade geográfica manifestouse voltada para uma Geografia descritiva. Dois nomes se destacam;
Ibn Batuta e Al-Idris, dois viajantes, dois geógrafos que
desempenharam papel importante na compilação e divulgação da
produção geográfica.
As cruzadas, as peregrinações à lugares santos, o desenvolvimento lento
do comércio, os itinerários de viagens contribuiram (nos finais da Idade
Média) para que aumentasse a curiosidade de conhecer o mundo então
desconhecido. Com o desenvolvimento da navegação houve necessidade
de abandonar a cartografia religiosa e regressar a uma cartografia
científica, real e útil. Surgem as Carta-Portulanas ou “Mapas de piloto”
onde já se procura assinalar com exactidão os acidentes da costa; os
contornos das terras encontradas.