FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS E ADJECTIVOS: REGRAS ESPECÍFICAS
Flexão dos substantivos e adjectivos: regras específicas
Substantivos
4.2.2.1.
Regras específicas da flexão em género
Para melhor entender as regras específicas da flexão em género dos
substantivos e adjectivos, é preciso revisitar a regra geral da formação em
género ou seja, a mudança do masculino para o feminino. Já se lembrou! Que bom.
Alguns substantivos e adjectivos fogem a regra geral da flexão em género e
número, por isso passamos a apresentar as regras específicas de caso a caso.
1. os substantivos que no masculino terminam em o, tem uma
palavra diferente para o feminino e outros tem diferentes terminações.
Exemplo: Avô, avó, galo, galinha; carneiro, ovelha; cabrito,
cabra; padrinho, madrinha; genro, nora; padrasto, madrasta;
marido, mulher; etc.
2. Alguns substantivos e adjectivos terminados em ao, no
masculino, perdem o o, para formar o feminino: irmão, irmã;
ancião, anciã; anão, anã; alemão, alemã.
2.1.Outros substantivos e adjectivos mudam o ao em oa:
Beirão, Beiroa; hortelão, horteloa; leitão, leitoa; melão,
meloa; patrão, patroa; leão, leoa, etc.
2.2. Outros ainda, para formar o feminino, mudam o ão, em ona,
ã: babão, babona; comilão, comilona, glutão, glutona;
valentão, valentona, alemão, alemã; aldeão, aldeã, cristão,
cristã, são, sã, etc.
2.3. Alguns também terminados em ão têm uma forma diferente
no feminino: cão, cadela; zangão, abelha; barão, baronesa;
ladrão, ladra ou ladrona; lebrão, lebre; perdigão, perdiz;
tecelão, tecedeira ou tecelona; etc.
3. os substantivos que terminam em es, or, z
e l, geralmente, formam feminino juntando-se-lhe a terminação a:
exemplo – português, portuguesa; director, directora; juiz, juíza;
general, generala ;
Daniel, Daniela, etc.
No entanto, esta regra tem algumas excepções.
a) Bailador, bailadeira; caiador, caiadeira; cantador, cantadeira;
comendador, comendadora; lavrador, lavradeira; vendedor, vendedora
ou vendedeira, etc.
b) Actor, actriz; embaixador, embaixatriz; imperador, imperatriz;
motor, motriz, etc.
c) Prior, prioresa; duque, duquesa; cônsul, consulesa,
congolês, congolesa, chinês, chinesa, japonês, japonesa, etc.
d) Dos substantivos terminados em z só rapaz tem forma
feminina em rapariga e os adjectivos terminados em z, são
uniformes quanto ao género. Exemplo – leão feroz, leoa feroz,
aluno perspicaz, aluna perspicaz, cão veloz, cadela veloz.
4. Os nomes terminados no masculino em u, tomam o feminino
a terminação a e os terminados em eu, formam,
geralmente, o feminino mudando o eu em eia:, peru, perua;
cru, crua; europeu, europeia; pigmeu, pigmeia; plebeu, plebeia;
galileu, galileia, etc.
São excepções a esta regra: Mau, réu, judeu, sandeu, ilhéu, que formam o
feminino em: Má, ré, judia, sandia, ilhoa;
Note Bem! Pelo
que se referiu, verifica-se que a formação do feminino dos substantivos e
adjectivos, formam-se (regem-se) segundo as mesmas regras.
Flexão dos substantivos e adjectivos em número
1. Os substantivos e adjectivos que no singular terminam em: a,
e, i, o, u formam o plural com o
acréscimo da letra s pequena, pequenas, padre, padres,
esqui, esquis, negro, negros, branco, brancos, peru, perus,
etc.
2. Os substantivos e adjectivos que no singular terminam em: em,
im, om, um, formam o plural mudando-se o m em
n e acrescenta-se um s: armazém, armazéns, jardim, jardins,
som, sons, comum, comuns, etc.
3. Os substantivos e adjectivos cuja terminação seja no singular an,
en, e on, formam o plural com o acréscimo de es.
Exemplo – íman, ímanes; espécimen, espécimenes; hífen, hífenes,
pólen, pólenes, etc.
4. Os substantivos e adjectivos que terminam em consoante no singular
formam o plural acrescentando es. Exemplo – tutor, tutores,
país, países, inglês, ingleses, paz, pazes, feliz, felizes,
rapaz, rapazes, flor, flores, etc.
5. Os substantivos e adjectivos graves terminados em s, tem
a mesma forma no singular e no plural (invariáveis quanto ao número). A
diferença do singular e plural é marcada pelo determinante que o acompanha.
Exemplo – o lápis, os lápis, o alferes, os alferes,
um pires, três pires, um arrais, dois arrais, o cais,
os cais, etc.
6. Os substantivos e adjectivos terminados em x no
singular, formam o plural substituindo o x por ces. Exemplo – cálix, cálices ; índex , índeces,
etc.
Uso um cálix para tomar o vinho. Uso dói cálices para tomar o vinho branco e tinto.
7. Os substantivos e adjectivos que no singular terminam formam o plural
de três formas diferentes:
a) Acrescenta-se um s: exemplo – irmão, irmãos,
órfão, órfãos, grão, grãos, são, sãos, etc.
são excepções os substantivos alão, aldeão, anão, ancião
e vilão, que podem formar o plural em; alãos, alões ou
alães; aldeãos, aldeões ou aldeães; anãos ou
anões; anciãos, anciães ou anciões; vilãos ou
vilões;
b) Outros
mudam o ão em ões: comilão, comilões; limão,
limões; patrão, patrões, mandrião, mandriões, ladrão, ladrões,
etc.
c) Os outros mudam o ão em ães: alemão, alemães,
cão, cães, capitão, capitães, pão, pães, charlatão, charlatães,
escrivão, escrivães, etc.
8. os nomes que no singular terminam em al, el,
ol, ul, formam o plural mudando o l em is:
casal, casais; leal, leais; papel, papeis, pastel, pasteis,
álcool, álcoois, sol, sóis, caracol, caracóis, azul, azuis,
taful, tafuis, etc.
São excepções a esta regra: mal, males; cônsul, cônsules.
9. Os nomes que no singular terminam em il formam o plural
mudando o l em is: ardil, ardis, funil, funis; gentil,
gentis, juvenil, juvenis, etc.
10. Os nomes que no singular terminam em il átono formam o
plural mudando o il em eis: débil, débeis,
fóssil, fósseis, inábil, inábeis, projéctil, projécteis,
têxtil, têxteis; etc.
11. Há contudo, aqueles terminados em o, com a vogal tónica
o fechado e que mudam esse o fechado em o aberto: almoço, almoços;
caroço, caroços; coro, coros; osso, ossos; poço, poços;
avô, avós; fogo, fogos; etc.
12. Geralmente, os substantivos abstractos, não se usam no plural
como os nomes próprios, os nomes de metais, dos meses e dos ventos. Exemplo: António,
Gaza, aço, ferro, vento Norte, vento Sul, etc.
a) Porém, alguns substantivos abstractos têm o singular e plural, como em
afeição, alegria, amizade, cheiro, perfume, presença, satisfação, tristeza,
virtude, etc.
b) Alguns substantivos
abstractos normalmente só se empregam no singular, enquanto outros, só no
plural, como: Alvíssaras, algures, fezes, ondas, calças, ceroulas, exéquias,
núpcias, entranhas, subúrbios, viveres, etc.
Flexão
dos substantivos e adjectivos em grau
Grau dos Substantivos
Os substantivos variam em três graus: normal, diminutivo e aumentativo.
reescrever
A formação do grau do diminutivo e aumentativo do substantivo
acrescenta-se afixos (diminutivos ou aumentativos) ao substantivo no grau
normal.
Note bem: os
graus aumentativos ou diminutivos não traduzem, necessariamente, a noção de
grande ou pequeno, de maior ou pequeno. Muitas vezes utiliza-se o aumentativo
com o valor depreciativo e o diminutivo, em determinados contextos, também
podem ter este valor e noutros, valor afectivo.
Exemplo: vi o teu filhote a rebolar. Vi o teu filhito a
rebolar alegremente.
Sufixos diminutivos e
aumentativos usados parar formar o grau do substantivo: Sufixos diminutivos (inho/a;
ito/a); sufixos aumentativo (ão, ões, ola, ote/a, ona)
Grau do adjectivo
Grau normal –
o adjectivo pode qualificar simplesmente o substantivo ou exprime simplesmente
uma qualidade ou um estado, sem indicar aumento ou diminuição. Exemplo: Este rapaz
é lindo.
Grau
comparativo
O comparativo pode ser de superioridade, de inferioridade e de
igualdade e são precedidos de dos advérbios mais, menos e tão, os
quais exprimem a comparação da qualidade de uma coisa com outra coisa, ou da
qualidade de uma pessoa com a outra pessoa.
a) Comparativo de superioridade
– se exprime uma qualidade em maior grau.
Alberto é mais aplicado do que Manuel.
mais aplicado
do que – é o adjectivo no grau comparativo de superioridade
b) de inferioridade – se
exprime uma qualidade de grau inferior.
Exemplo: Manuel é menos aplicado do que Alberto.
menos aplicado do que – é o
adjectivo no grau comparativo de inferioridade
c) de igualdade – se exprime
uma qualidade de igual grau.
Exemplo: Alberto é tão aplicado como o Manuel
tão aplicado como – é o
adjectivo no grau comparativo de igualdade.
Grau
Superlativo
Superlativo
absoluto
a) Sintético –
forma-se acrescentando ao adjectivo o sufixo (íssimo), quando o adjectivo
exprime uma qualidade elevada ao grau máximo.
Exemplo: José Augusto é aplicadíssimo
nos estudos.
b) Analítico – o adjectivo é
antecedido dos advérbios (mui ou muito). Exprime uma qualidade elevada ao grau
máximo. Exemplo: José Augusto é mui (ou muito) aplicado nos estudos.
Grau
Superlativo relativo
a) de superioridade – o
superlativo relativo pode indicar o mais alto grau, o mais, em relação
ao todo.
Exemplo: O Tomé é o mais aplicado. O mais aplicado está no
grau superlativo relativo de superioridade.
b) de inferioridade – Se
dissermos o mais baixo grau, em relação ao todo. O menos.
Exemplo: O Inácio é o menos aplicado. Então, o menos aplicado está
no superlativo relativo de inferioridade.
Os
substantivos e adjectivos que variam em género, isto é, apresentam uma forma
para o masculino e outra forma para feminino), são biformes quanto ao
género. Os que não mudam de género, são uniformes quanto ao género. Os
substantivos e adjectivos que variam em número (singular e plural), são biformes
quanto ao número. Os que não mudam de número são uniformes quanto ao
número.
Há, no entanto, substantivos e adjectivos uniformes,
quanto ao género e número. Exemplo:
Um lápis simples usou no ensino primário. Tenho
três lápis simples que uso no ensino secundário Na
minha infância fui sempre alegre Na
nossa infância fomos sempre alegres. |