A desestabilização de Moçambique pelo regime do apartheid no contexto da Guerra Fria

Em 1977, dois anos após a independência nacional, a FRELIMO, liderada por Samora Machel, reunida no 3º congresso declarou-se um Partido de orientação marxista-leninista e passou a orientar o país na ideologia comunista. 

Em Moçambique iniciaram profundas transformações políticas, económicas para adoptar o país a uma economia socializada e a eliminação da propriedade privada dos meios de produção para além do estabelecimento de uma ditadura do proletariado. Assim, a saúde, educação e habitação foram massificados e passaram a ter um carácter gratuito e com pagamentos simbólicos.

A reacção de tensão que existiu na nossa região, fizeram com que Moçambique se transformasse num centro de divergência de interesse ideológico das esferas até então participantes do contexto da Guerra 

Fria (Leste/Oeste), fruto disso foi a intensificação da guerra civil iniciada em 1976, sob iniciativa e suporte dos regimes minoritários da Rodésia do sul (actualZimbabwe) e da África do Sul racista mais tarde. Dirigida pela RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique), esta guerra trouxe muitas consequências para o país, cujo alcance ainda não pode ser avaliado na sua total dimensão.


i. O Acordo de Incomati

Este acordo foi assinado em 1984 entre o governo de Moçambique liderado por Marechal Samora Machel (Presidente da República Popular de Moçambique) e o governo sul-africano liderado por Pieter Botha (presidente da África do Sul). Este acordo tinha como objectivo pôr fim à Guerra Civil em Moçambique e estreitar laços de boa vizinhança.

Este acordo tinha como objectivo pôr fim à Guerra Civil em Moçambique. Para tal, os signatários do acordo acordaram em: 

- Deixar de apoiar a RENAMO (responsabilidade da África do Sul);

 - Deixar de apoiar ANC (responsabilidade de Moçambique).

Apesar disso, cada parte continuou a agir por conta própria, e os guerrilheiros da RENAMO prosseguiram com a guerra civil em Moçambique até 1992 quando foi assinado o Acordo Geral de Paz em Roma apoiado pela Comunidade de Santo Egídio.
ii. Linha de Frente
Com que objectivo foi criada a Linha de Frente? Presta atenção à sua leitura e não se esqueça de fazer tomada de nota.
Foi a primeira forma de coordenação e integração regional formalmente reconhecida dos países da África Austral e tinha em vista a mobilização e cooperação de esforços para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial na região.
 Por iniciativa dos presidentes Agostinho Neto (Angola), Samora Machel (Moçambique), Seretse Khana (Botswana), Kenned Kaunda (Zâmbia) e július Nyerere (Tanzania), criou-se a Linha de Frente em Abril de 1977cujo objectivo era a libertação total dos povos e territórios oprimidos sob dominação 
política, económica e social da África Austral. No caso de Moçambique, de 1975 a 1990, aplicou a política de não-alinhamento e também apoiou as lutas dos povos do Zimbabwe e da África do Sul. Por isso, a independência do Zimbabwe foi sem dúvida a vitória da linha de Frente.

Solidificada a organização dos Estados independentes, preocupa-se no desenvolvimento socioeconómico com vista a erradicação da pobreza dos países e povos da região. Assim, a 01 de Abril de 1980, em Lusaka foi criada a (SADCC), cujo objectivo era tornar a região economicamente livre da dependência económica que alguns países tinham da África do Sul.
No encontro de 17 de Abril de 1992 em Windhoek, os chefes de Estado e de governo da região, livres do colonialismo, não obstante a guerra Civil que ainda se fazia sentir em alguns países da região (Angola e Moçambique), a SADCC deu lugar à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) com objectivo de promover a paz, reduzir a pobreza, melhorar o nível de vida na região, fomento e da cooperação nas estratégias económicas.

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